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Vinhos do Pico duplicaram de preço em cinco anos
Os vinhos do Pico, nos Açores, mais do que duplicaram de preço em cinco anos, nos mercados para onde são escoados, segundo declarou à agência Lusa o presidente da associação empresarial da ilha.

"Neste momento, a grande aposta são os vinhos brancos. Nos últimos cinco anos, mais do que duplicamos o preço dos vinhos. Ou seja, uma garrafa de vinho saía do produtor a pouco mais de três euros e, agora, atinge seis euros, e algumas até sete euros", disse Daniel Rosa.

O dirigente da ACIIP exemplificou que foi desenvolvido, no ano passado, um trabalho com o enólogo António Maçanita, da empresa Fita Preta Vinhos, que produziu um vinho que está ser comercializado a 60 euros, por garrafa, em restaurantes europeus com estrelas Michelin.

O empresário explicou que o papel da Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico (ACIIP) tem vindo a desenvolver é de promoção dos vinhos da "ilha montanha" dos Açores no mercado nacional, realizando mostras e associando-os à gastronomia, através de uma parceria com a Escola de Formação Turística e Hoteleira de Ponta Delgada.

Daniel Rosa frisou que o objetivo é a "valorização dos vinhos", que são produzidos numa zona classificada há dez anos como património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

"Estivemos em Lisboa, há bastante pouco tempo, numa prova cega em que estiveram presentes dos melhores enólogos e críticos de vinhos do país, e os nossos produtos saíram-se muito bem", revelou.

Por seu turno, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVRA) destacou que os vinhos do arquipélago, que possuem "qualidade em todas as ilhas" em que são produzidos, têm vindo a registar uma procura crescente em termos comerciais.

O dirigente acentuou que a maior procura é dos vinhos do Pico, devido à extensão da zona de vinha, o que se traduz em maior volume de produção.

"Os vinhos dos Açores são cada vez mais procurados devido à sua tipicidade, singularidade e ao facto de sermos uma região muito específica, com castas próprias, com condições de solo e clima singulares", disse à agência Lusa.

Paulo Machado considerou mesmo que há um "despertar por parte do consumidor mais atento e exigente para produtos diferentes", como é o caso dos vinhos açorianos.

"Este despertar é nacional e mesmo internacional. Nos últimos tempos, têm passado por cá pessoas de outros países, ligadas ao setor, que têm apreciado os nossos vinhos", declarou.

O presidente da CVRA referiu que os vinhos brancos são os que registam melhor saída em termos comerciais, sendo produzidos com castas tradicionais da região, como o Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico.

Neste momento, existem 25 marcas de vinho nos Açores, distribuídas pelos tintos, brancos, rosé e licores.

Atualmente, os vinhos do Pico, e açorianos em geral, são exportados para o denominado "mercado da saudade" dos EUA e Canadá, alguns países europeus e Macau, além de serem vendidos nos mercados regional e nacional.

 

Fonte: Notícias ao Minuto