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Sogrape ganha no velho mundo e esmorece no novo mundo
Angola, Portugal e Reino Unido são os mercados em que a venda dos vinhos da Sogrape registam maior crescimento.

Nem sempre se pode ter o melhor de dois mundos. No caso da Sogrape, líder português no sector dos vinhos, conta com o melhor do velho mundo, mas no novo mundo o negócio esmorece.

E, por isso, é hora de regressar às origens e valorizar regiões ibéricos, como Douro, Rioja ou Verdes, perante o desempenho menos estimulante das marcas do novo mundo, depois da aposta na produção de vinhos na Argentina, Chile e Nova Zelândia.

Angola e Reino Unido prosperam  
Em 2014, a Sogrape registou desempenhos favoráveis nos dois mercados ibéricos - em Espanha conta com a empresa Lan, em Rioja. Do lado das perdas, estiveram os mercados do novo mundo e as segundas marcas das categorias em que opera.

Os mercados que revelaram maior prosperidade foram Portugal (+ 12%) Angola (+15%) Reino Unido (+11% e ainda EUA (+4%). 

O contributo da empresa argentina (Finca Flichman), sofrendo com a inflação no país e desvalorização da moeda , reduziu-se em  23%.

Já as perdas nos mercados francês (-31%) e belga (-16%) decorrem da estratégia adotada, no negócio do vinho do Porto, de negligenciar o segmento mais barato e os fornecimentos para marcas dos próprios distribuidores locais.

A lógica da Sogrape é de priorizar os mercados com preço médio mais elevado e  segmento premium, investindo nas marcas Sandeman, Ferreira e Ofley.No consolidado, a faturação  subiu 1,5%, em linha com o crescimento do mercado mundial do vinho, ficando nos 205 milhões de euros.

Angola não se ressente da crise 
Esta realidade levou a Sogrape a concentrar energias em quatro mercados - Portugal, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, de entre os 120 em que opera.

Apesar da evolução favorável (representa 12 milhões de euros),  Angola não figura ainda na lista de mercados prioritários. Com uma distribuidora própria, o grupo não se ressente por enquanto da crise de divisas que afeta o pais e os fornecimentos decorrem ao ritmo habitual. 

Por marcas, o Mateus Rosé é que mais fatura (14% do total), tendo o Reino Unido como principal mercado. Em 2014, revelou uma notável vitalidade, subindo 8%. Mas, a marca que mais cresceu foi a Casa Ferreirinha (+23%), uma marca que acolhe 12 vinhos do Douro distintos, entre os quais o Barca Velha. A Gazela (vinho verde) faz jus ao nome (+4%).

Fernando da Cunha Guedes, presidente executivo da Sogrape, nota que a nova focalização de marcas e mercados "visa reforçar vantagens competitivas e ganhar rentabilidade e relevância", e obedece a uma lógica "de valorizar as marcas que impulsiona a criação de valor, sem excluir nenhuma das que figuram no atual portefólio" 

 

 

Fonte: Expresso / Abílio Ferreira