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“A exportação dos Vinhos Verdes da PROVAM já representa os 30% mas queremos chegar aos 50%”
Viajámos até ao “topo” de Portugal à região em que o rio Minho nos separa da Galiza e apesar de ser pequeno em extensão, somos um país produtor de vinhos e um bom exportador dos mesmos para o mundo.

Aqui num micro-clima único, sem influência Atlântica; circundado por serras, numa bacia banhada pelo Rio Minho encontra-se o terroir para tamanho sucesso, sendo que a herança cultural do saber fazer do povo a isso ajudou e contribuiu. A amplitude térmica, os verões quentes e os invernos muito frios, aliados a uma grande casta, são o meio de cultivo para grandes vinhos. Segundo se pode ler no Larousse dos vinhos "Tradição, grande diversidade de clima, diferentes regiões e, principalmente, variedades únicas fazem do país um porto seguro dos bons vinhos."

Nesta região o que se afirma ainda se aplica com mais evidência- boa gastronomia, natureza ímpar, boa gente, qualidade de vida.
É aqui na "pátria" da casta Alvarinho ; uma das mais notáveis castas brancas portuguesas. É uma casta muito antiga e de baixa produção que é sobretudo plantada na zona de Monção e Melgaço (região dos Vinhos Verdes).
Esta casta é responsável pelo sucesso dos primeiros vinhos portugueses monovarietais (uma só casta). A casta Alvarinho produz vinhos bastante aromáticos e que atingem graduações alcoólicas elevadas conservando uma acidez muito equilibrada.
Estamos em Monção na PROVAM, em Cabo - Barbeita, uma das freguesias do concelho de Monção.
Uma sociedade por quotas, constituída por 10 viticultores da sub-região de Monção e Melgaço, perseverantes e apaixonados pelas coisas do vinho que decidiram, em 1992, construir uma adega moderna funcional para a produção dos vinhos das castas Alvarinho e de Alvarinho/Trajadura. Somos recebidos por João Marques director comercial deste agrupamento de produtores e pelo enólogo Abel Francisco Codesso que nos dão a conhecer melhor os vinhos e a empresa.

Para começarmos não estamos perante uma cooperativa, mas sim um agrupamento de produtores. Diga-nos o que é a PROVAM?
João Marques - Estamos perante uma sociedade por quotas que tem a sua própria produção (dos sócios), que representa 10 a 15% da produção da adega e a restante uva é comprada a cerca de 200 viticultores de Monção e Melgaço.

Ou seja só trabalham com a casta Alvarinho?
Abel Codesso (enólogo) - Com a casta Alvarinho, Trajadura e Loureiro.
Só vinificamos vinhos brancos e a produção da última colheita cifra-se nos 380 mil litros. Temos uma capacidade instalada para 560 mil litros
Estamos numa região que se pode considerar o ex-libris dos vinhos verdes?
AC- Eu penso que sim. O Alvarinho é uma das melhores castas brancas do mundo e nesta sub- região Monção/Melgaço graças ao nosso "terroir" é onde ela melhor se comporta. Tem produções baixas, há quem diga que já se conseguem maiores produções noutras regiões, mas nós continuamos nas 6 toneladas/hectare ou menos. Vinificamos outra casta que é bastante emblemática, o Loureiro e temos a Trajadura, uma casta mal amada, mas que, a meu ver, é uma grande casta. Esta dá origem a vinhos com uma acidez presente, tem uns aromas a pêra e pêssego interessantes e por vezes um toque citrino. Monocasta a PROVAM só vinifica Alvarinho.

Este é o terroir por excelência para o Alvarinho, apesar de se cultivar noutras regiões.
AC- O terroir depende de vários factores: do clima, do solo e do saber das pessoas. É nesta região(Monção e Melgaço), que o Alvarinho dá origem a vinhos brancos de excelência e de nível mundial. Já no início do Século passado se começaram a vinificar os primeiros vinhos monocasta de Alvarinho, que ocupa 90% do encepamento, e é aqui que os vinhos nasceram, evoluíram e ganharam a notoriedade nacional e internacional que conhecemos. Dado ser uma casta de baixas produções, o preço das uvas, tem que se refletir no preço final.

Com que marcas a PROVAM chega ao consumidor?
JM- Portal do Fidalgo, 100% Alvarinho; Vinha Antiga, Alvarinho fermentado e estagiado em barrica de carvalho francês; Varanda do Conde, uma combinação de Alvarinho com Trajadura; e o PROVAM que é uma mistura das várias castas que vinificamos.
AC- Temos o Côto de Mamoelas, espumante 100% Alvarinho com estágio de 36 meses em garrafa. Vamos lançar o grande Reserva de 2012 agora pelo Natal. Produzimos também um espumante Alvarinho/Trajadura, o Castas de Monção, que conta com 24 meses de estágio em garrafa. Estes espumantes já contam com uma legião de fieis seguidores e apreciadores.
Brevemente vamos lançar um novo vinho, o Contradição. Parte deste vinho foi vinificado recuperando as técnicas e os sabores do antigamente e parte foi vinificado recorrendo às técnicas mais modernas. Penso que conseguimos um bom vinho , será um dos nossos ex-libris em 2016.

Vamos às vendas. Onde vendem os vinhos que a PROVAM produz, quer nos mercados nacionais quer internacionais?
JM- Estamos em todo o mercado nacional, mas temos vindo a crescer no mercado internacional. Candidatámo-nos a alguns projetos de internacionalização, os quais, nos tem ajudado a crescer. O Brasil é um dos nosso melhores mercados.
Na Europa estamos em Espanha, França, Suíça,Holanda, Rússia, Noruega, Suécia, Polónia e República Checa. Na América estamos nos EUA, Canadá e Brasil. Na Ásia estamos na China e Macau. E já chegamos também à Austrália.

Quanto representa a exportação para a PROVAM?
JM- Estamos nos 30% e o objectivo para 2016 é chegar aos 40% e subir nos anos seguintes aos 45% ou mesmo 50%.
AC- O objetivo é exportar o maior número de garrafas, para dependermos menos do mercado Nacional, uma vez que a cada dia que passa fica mais saturado. A região dos Vinhos verdes cresceu muito na qualidade dos seus vinhos, principalmente nos brancos, daí haver uma maior procura destes em todo o mundo.

Tem marcado presença no SISAB PORTUGAL e o que nos podem referir sobre o evento.
JM- Fomos vários anos em parceria com a Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes. Nos últimos três anos temos ido com stand próprio, vamos também estar presentes na edição de 2016.
Através do SISAB PORTUGAL temos conseguido alguns contactos, parte desses traduziram-se em negócio.

 

Fonte: Mundo Português