Com efeito, sobretudo nos anos 70 e 80, a vinha perdeu terreno, literalmente, para a imobiliária associada ao turismo. Onde antes havia videiras plantaram-se casas, jardins e prédios. Uma realidade sobretudo nas areias do litoral.
Mas o turismo acaba por ser, agora, uma das alavancas para o ressurgimento do sector da vinha e do vinho na região.
Primeiro, porque é um desperdício deixar que o mercado algarvio e as suas centenas de milhar de turistas de todo o mundo sejam dominados apenas por vinhos de outras regiões.
Depois, porque os turistas actuais gostam de aliar ao sol, à praia, ao golfe, experiências de descoberta do que de mais genuíno uma região tem. Um dos produtos genuínos e sectores tradicionais é, precisamente, o da produção de vinho.
No caso do Algarve, o Enoturismo tem aqui grandes potencialidades, sobretudo quando, finalmente, estiver concluída e em funcionamento no terreno a Rota dos Vinhos do Algarve.
Mas já há quem, mesmo sem a Rota em funcionamento, esteja a apostar forte nessa área.
Entretanto, os vinhos algarvios voltaram a posicionar-se numa plataforma de qualidade que tinham vindo a abandonar nas últimas décadas.
E há muitos e sérios investimentos em curso, que já começam a dar frutos. Agora, a produção de vinho já não passa apenas pelas adegas cooperativas - aliás, neste momento, só há uma, a Única, com sede em Lagoa - e na produção em quantidade.
Surgiram muitos produtores de quinta, que colocam no mercado, directamente, as suas marcas, e apostam na qualidade, associada à escolha criteriosa de castas, métodos de produção e de vinificação.
Fonte: Jornal Barlavento / Elisabete Rodrigues
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