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Viticultores do sul da Europa pretendem reabrir o debate relativo à promoção no mercado interior
Nota de CECRV, CNAOC, Federdoc e IVDP

A enfrentar uma profunda crise, os produtores de vinhos com Denominação de Origem espanhóis, franceses, italianos e portugueses pedem à Comissão Europeia e aos Estados membros que revejam as normas relativas às acções de promoção a favor do vinho. A OCM permite apenas o financiamento de acções de promoção em países terceiros pelos programas nacionais. Para os produtores de vinhos com Denominação de Origem, a promoção deve pelo contrário concentrar-se no mercado interior que representa 67% do mercado mundial.

As normas europeias relativas à promoção do vinho não se adaptam à realidade do mercado e conduzem a uma deficiente exploração das dotações nacionais.

"A crise financeira e económica mundial tem como efeito directo uma redução das nossas vendas sobre a maioria dos mercados dos países terceiros. Dado que estes mercados são remotos e muitas vezes complexos para a sua correcta exploração, o desenvolvimento dos nossos mercados tradicionais e de proximidade, que são os mercados dos Estados Membros da UE, é essencial, "disse Riccardo Ricci Curbastro, presidente da FederDoc.

"Em tempos de crescimento económico, temos por vezes dificuldades para co-financiar acções ambiciosas de promoção num país terceiro. Em tempos de crise, isso resulta na prática impossível para a maioria dos agentes do sector que são incapazes de financiar entre 30% e 50% de uma acção promocional num mercado muito distante" salienta Fernando Prieto Ruiz, Presidente da CECRV.

"Estamos numa situação paradoxal. Dispomos, mediante as dotações nacionais, de ajudas e de recursos que podemos utilizar para acções de promoção nos mercados de países terceiros, mas não estamos em condições de utilizá-los plenamente. Agora, se esses orçamentos não são gastos para a promoção, ou são perdidos ou desviados para outras medidas, como a destilação, colheita em verde, etc., medidas que certamente não favorecem o desenvolvimento do nosso sector ", enfatiza Pierre Aguilas, Presidente da CNAOC.

Os produtores de vinhos com Denominação de Origem desejam que a Comissão Europeia e os Estados membros modifiquem as normas relativas à promoção e tenham em conta a realidade dos potenciais de desenvolvimento que existem. "Se a Comissão quer verdadeiramente açudar-nos a conquistar novas quotas de mercado é preciso que nos permita realizar acções de promoção também sobre o mercado interior, pois esse mesmo mercado está a "perder-se". O mercado interior é o maior mercado do mundo e continua inexplorado, não é lógico que não disponhamos desta oportunidade" conclui Luciano Vilhena Pereira, Presidente do IVDP.

CECRV (Conferencia Española de Consejos Reguladores Vitivinícolas),
CNAOC (Confédération Nationale des Producteurs de Vins et Eaux-de-vie de Vin à Appellations d'Origine Contrôlée), 
Federdoc (Confederazione nazionale dei consorzi volontari per la tutela delle denominazioni dei vini italiani), 
IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto)

Fonte: Agroportal