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Douro: "Pouco mudou" com classificação como Património Mundial
"Os vitivinicultores estavam à espera de mais, de mais apoios concretos, mas tudo o que obtiverem até agora foi mais restrições

A Estrutura de Missão do Douro (EMD) está a fazer uma avaliação dos oito anos do Douro Património Mundial, a revelar no primeiro trimestre de 2010, mas o sentimento que parece dominar é que ainda há muito para fazer.


"Ao fim de oito anos, tenho claro que esse exercício de avaliação do Douro Património Mundial tem que ser feito com rigor, até para podermos em tempo oportuno corrigir o que se tenha que corrigir e estimular o que se tenha que estimular", afirmou à Agência Lusa o responsável pela EMD, Ricardo Magalhães.


Em pleno palco do património mundial o sentimento que parece dominar é que "pouco mudou" após a classificação a 14 de Dezembro de 2001 e que "ainda há muito para fazer".


José Manuel Santos, da União das Adegas do Douro (Unidouro) considerou que "pouco se fez para o Douro continuar a merecer esta designação".


"Os vitivinicultores estavam à espera de mais, de mais apoios concretos, mas tudo o que obtiverem até agora foi mais restrições, por exemplo no que diz respeito à reconversão das vinhas na mancha classificada", salientou.
José Manuel Santos diz que o Douro até tem "mais visibilidade agora", mas "nem isso se traduziu em, por exemplo, mais vendas de vinho para os vitivinicultores".


A mesma opinião é partilhada pelo representante da Associação Comercial e Industrial da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião (ACIR), Manuel Gouveia, que salientou que "pouca coisa mudou" após a classificação.


"Temos poucos investimentos e muitas mais restrições, nomeadamente no que diz respeito às construções", frisou este responsável.
Opinião pessimista tem também o presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, que afirmou à Lusa que "continua tudo na mesma".
"Todos os 14 de Dezembro nos juntamos e lembramos da classificação, mas depois fica tudo igual. Os investimentos na área turística processam-se a passo de caracol e o que foi feito ainda não tem dimensão para trazer gente ao Douro que passeie pelas ruas, encha os restaurantes e visite os seus monumentos", sublinhou.


Por sua vez, António Martinho, presidente da Turismo do Douro, preferiu lembrar os 10 novos empreendimentos turísticos que nasceram na corda do rio após 2001, considerando que já se "deram saltos importantes", como a preocupação com o ambiente ou a maior notoriedade que diz que a região alcançou nos últimos tempos.    "Agora o desafio é ir mais longe", salientou.


A EMD vai manter-se em funções até 2013, pelo que a região reivindica também a criação de uma estrutura fixa, uma sede, que assuma a responsabilidade de cumprir os objectivos do estatuto atribuído pela UNESCO.


Com 25 mil hectares inseridos na Região Demarcada, o Douro Património Mundial engloba os municípios de Alijó, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.

 

Fonte: Tâmega Online