Entre Janeiro e Novembro, foram vendidos oito milhões de caixas de nove litros de vinho do Porto, menos 6,9% do que em 2008.
O presidente do IVDP, Luciano Vilhena Pereira, disse hoje à Agência Lusa que, apesar do decréscimo verificado, os vinhos do Porto "resistiram bastante bem à crise".
"Resistimos melhor do que outros produtos de denominação de origem como o Bordéus ou Champagne que registaram reduções muito superiores e que fizeram investimentos em promoção 10 a 20 vezes superiores aos feitos por nós", salientou o responsável.
É precisamente mais promoção que o presidente da União das Adegas Cooperativas do Douro (Unidouro), José Manuel Santos, exige para os vinhos da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo.
"Os vinhos do Porto têm falta de um projecto de promoção que seja mais eficaz e que aposte nos novos mercados, já que os tradicionais, tal como nós, também estão a atravessar uma crise", sublinhou.
José Manuel Santos defende que tem que ser feito um grande esforço no sentido de conquistar novos mercados, principalmente os países de língua oficial portuguesa como Angola ou o Brasil.
Vilhena Pereira referiu que o IVDP está numa espécie de "fase de estudo" dos denominados mercados emergentes, como a China ou Índia, onde se verificam "condicionantes de ordem cultural".
Já o Brasil é considerado um dos mercados estratégicos para os vinhos da Região do Douro, tendo registado um crescimento importante nos últimos anos, passando de cerca de 588.000 garrafas em 2003 para 1.395.000 garrafas no final do ano passado.
No entanto, em 2009, o volume de negócios no sector dos vinhos do Porto para aquele país reduziu-se em cerca de 10%.
A França continua a ser o primeiro mercado para o vinho do Porto, absorvendo 25% das vendas o que, no ano passado, representou 76.8 milhões de euros, menos 3,3% do que no ano anterior.
Em volume de negócios, seguem-se Portugal, Reino Unido, Bélgica, Holanda e EUA.
O presidente da Unidouro mostrou-se ainda preocupado com os pequenos viticultores durienses, aqueles que diz que "acabam por pagar sempre a factura da crise".
É que, segundo frisou, na última vindima venderam o vinho "sem preço".
"Devem ser os únicos produtores que vendem os seus produtos mas não sabem por quanto e agora temem que as empresas se estejam a preparar para pagar menos de mil euros por pipa de vinho generoso", salientou.
Nos últimos anos, a pipa de vinho generoso tem sido vendida a 1100 euros.
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