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Napa Valley pode desaparecer
Já se sabia que a região californiana de Napa Valley tem vindo a ficar demasiado quente para a produção de vinhos finos mas um estudo recente vai mais longe: fazer vinho lá poderá vir a ser impossível dentro de 30 anos. A conclusão é de um grupo de cientistas da universidade californiana de Stanford.

A pesquisa analisou mais três regiões vitivinícolas norte-americanas, nomeadamente Santa Barbara County na Califórnia, Yamhill County no Oregon e Walla Walla County no estado de Washington, concluindo que em 2040, poderá haver menos 50% de terra disponível para cultivo vitvinícola no norte da Califórnia. No entanto, partes mais frescas dos estados de Oregon e Washington podem tornar-se melhores para a produção de vinho do que são actualmente.

A equipa de cientistas, liderada por Noah Diffenbaugh do Woods Institute for the Environment, utilizou um modelo de projecção climática que prevê uma subida de cerca de 23% da emissão de gases-estufa até 2040, o que corresponderá a um aumento de 1ºC na temperatura global. Na região de Napa Valley, a temperatura média poderá subir 1.1ºC, significando isso a ocorrência de cerca de mais 10 dias quentes por ano. Em consequência, a terra disponível para plantar variedades como Cabernet Sauvignon, Pinot Noir ou Chardonnay cairá para metade. Em Santa Barbara, a perda correspoderá a 20%. No entanto, no Willamette Valley no Oregon e no Columbia Valley em Washington deverá haver um aumento de terra disponível. De acordo com o relatório final, os produtores das regiões califonianas e sobretudo do Napa Valley têm duas opções: ou encontram castas que resistam a mais de 45 dias quentes ou terão de arranjar estratégias para manter as vinhas mais frescas, como a irrigação por exemplo.

Estes dados vêm substituir outros da mesma instituição referentes a 2006 que já indicavam que se ia tornar impossível cultivar certas castas na região. No entanto, recorde-se que um estudo recente da Napa Valley Vintners (NVV) descobriu que as temperaturas médias tiveram apenas um aumento de um ou dois graus Celsius ao longo das últimas décadas, afectando principalmente a noite e não o dia. Segundo a instituição, os resultados significavam boas notícias para os vinhos de Napa Valley, pelo menos a curto-prazo.

 

Fonte: http://www.mariajoaodealmeida.com / Ana Filipa Luzia