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Dão: Vindimas antecipadas por motivos climáticos
As vindimas na Região Demarcada do Dão foram antecipadas em cerca de dez dias por motivos climáticos, estando previsto que a maioria dos viticultores lhes dê início na próxima semana, disse hoje o enólogo Carlos Silva.

"Já começaram as vindimas, há muitos produtores que já estão a trabalhar brancos. Mas o grosso [das vindimas] será a partir de dia 07", explicou aos jornalistas, à margem da sessão de abertura da 20.ª Feira do Vinho do Dão, que decorre até domingo, em Nelas.


Segundo o enólogo da União das Adegas e Cooperativas do Dão (UDACA), esta antecipação ficou a dever-se a "uma maior insolação em julho e agosto e a uma precipitação que foi suficiente", sem 'stresses' hídricos ou térmicos.

No que respeita à chuva dos últimos dias, o enólogo considera que "é excelente para as vinhas que estão sãs", mas "um desastre" para aquelas que estavam afetadas pela podridão, um problema que não deverá afetar muito o Dão.


Resolvido parece estar o problema dos viticultores de Nelas que, devido ao processo de insolvência da adega local, não sabiam para onde levar as uvas desta vindima.


"Alguns vão entregar em Silgueiros. É uma boa solução para os viticultores, porque encontraram local para receber as uvas", frisou.


Durante a sessão de abertura da feira do vinho, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, aludiu à crise que afeta todos os setores da economia.


"O setor do vinho não é nenhuma exceção, pelo contrário, é dos setores mais fustigados pela crise internacional, porque quando as famílias têm o seu rendimento disponível reduzido, naturalmente que começam a cortar nos bens menos essenciais", afirmou.


Segundo Arlindo Cunha, "o mercado do vinho em Portugal está a ter uma evolução restritiva", com uma baixa de consumo, verificando-se "alguma deslocação para segmentos mais baratos do mercado".


A presidente da Câmara de Nelas, Isaura Pedro, lembrou que o vinho é o "mais importante produto do setor primário, associando-se a um turismo rural de grande qualidade".


Neste âmbito, defendeu ser preciso "que o atual Governo olhe de outra forma para o setor do vinho", ajudando, ao mesmo tempo, "a combater as assimetrias territoriais do desenvolvimento e a contribuir para atenuar os problemas da interioridade".

 

Fonte: Lusa / AMF.