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Douro: Comissão de Agricultura vai ouvir Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos sobre "situação problemática"
A Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar decidiu hoje ouvir as entidades que integram o Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) sobre a "situação problemática" que se vive na região duriense.

A audição, proposta pelos deputados do PS, foi aprovada por unanimidade e irá decorrer nos próximos 15 dias.

Os vitivinicultores queixam-se de uma crise, agravada nesta vindima com a redução do benefício (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto) em 25 mil pipas.

Os deputados consideram que o "corte no benefício vem afetar os milhares de pequenos e médios vinicultores e todo o setor económico a eles associado" e, por isso, dizem que é "fundamental" ouvir as entidades que os representam no Conselho Interprofissional.

Na comissão serão então ouvidos representantes da Casa do Douro, da União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro (UNIDOURO), da Associação de Viticultores Engarrafadores dos Vinhos do Porto e Douro (AVEPOD) e da Associação de Exportadores do Vinho do Porto (AEVP).

Rui Santos, eleito pelo círculo de Vila Real, afirmou à agência Lusa que a situação "já muito difícil" dos vitivinicultores poderá ainda ser agravada com a subida do IVA sobre o vinho, que está a ser estudada pelo Governo.

Segundo a comunicação social de hoje, o Governo está a ponderar aumentar a taxa de IVA sobre o vinho e os refrigerantes para o nível máximo de 23 por cento.

O IVDP vive também "tempos conturbados". Na semana passada o presidente, Luciano Vilhena Pereira, cessou funções por decisão ministerial, ficando a gestão corrente do instituto público assegurada pelo seu vice-presidente, Paulo Osório.

Vilhena Pereira ocupava o cargo no instituto público desde 27 de outubro de 2008 e acabaria o seu mandato no próximo mês de outubro.

Antes, o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, já tinha afirmado não concordar com o benefício fixado pelo Conselho Interprofissional do IVDP para esta vindima.

Em dez anos, o benefício foi reduzido em 45 por cento, de 145 mil pipas em 2001 para as 85 mil em 2011. Nesta década, o vinho do Porto perdeu 12 milhões de garrafas, correspondendo a uma perda de valor de 37 milhões de euros.

A agravar a situação está também a quebra "acentuada" dos preços praticados. Em 2001, o preço médio pago à produção foi de 1.106 euros e este ano rondará os 930 euros (menos 16 por cento).

No primeiro semestre deste ano, as vendas globais de vinho do Porto refletiram "uma queda de 9,4 por cento face a período homólogo de 2010".

 

 

Fonte: Lusa / PLI.