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Vinhos: Grupo Enoport cria distribuidora em Xangai à conquista do paladar chinês
O grupo Enoport, detentor de várias marcas centenárias de vinho, criou em Xangai a primeira distribuidora portuguesa do continente chinês, tentando ultrapassar um dos principais problemas do setor, anunciou hoje um responsável do grupo.

"Será um complemento à importação direta, que nos permitirá direcionar melhor os nossos vinhos", disse à agência Lusa o gerente regional da Enoport, Ricardo Duarte.

A nova empresa, denominada 'Shanghai Prime Wines', começará a operar este mês, com os cinco empregados do escritório de representação da Enoport em Xangai, aberto em 2000.

Considerada "a capital económica da China", Xangai é também a maior e mais cosmopolita cidade chinesa, com cerca de 23 milhões de habitantes.

"A China já é o nosso segundo maior mercado, a seguir a Angola. Há três anos era zero", realçou o diretor da Enoport para a Ásia, Frederico Bragança.

"Antes, o mercado de Macau era muito maior que o do continente. Hoje é o contrário, apesar de não termos diminuído as vendas em Macau", acrescentou.

Os dois responsáveis da Enoport falavam à agência Lusa em Pequim, no último dia da edição de 2012 da 'Top Wine China', que reuniu cerca de 600 produtores de 16 países, entre os quais 32 portugueses.

Pelas contas da Associação Vini Portugal, não incluindo os vinhos do Porto e Madeira, as exportações do setor para a China aumentaram 91,7 por cento em 2011, somando 13,8 milhões de euros.

"Macau e Hong Kong continuam a ser bons mercados para nós, mas o crescimento maior tem sido no continente. Neste momento, a China é o nosso quinto mercado fora da Europa, a seguir a Angola, Brasil, Estados Unidos e Canadá", disse Sónia Fernandes, gestora da Vini Portugal.

Segundo aquela especialista, "o principal problema é a distribuição" "Há muitos vinhos portugueses que não chegam às prateleiras das lojas: são comprados para ofertas", disse.

A Enoport, com sede em Rio Maior, é detentora da Serradayres, Romeira, Caves Velhas, Bucellas e dezenas de outras marcas.

"A distribuição na China irá centrar-se nos vinhos de gama média e média alta, entre os 80 e mil yuan (10 e 15 euros)", indicou Frederico Bragança.

 

Fonte: Lusa / AC.