Forum Vinhos de Portugal
O Sector Vitivinicola unido na apresentação pela primeira vez dos planos de promoção e em reflexão sobre sustentabilidade.

Pela primeira vez e em resultado de um esforço de concertação de estratégias de promoção externa, as CVRs, IVDP e ViniPortugal apresentaram à mesma mesa os planos de promoção para 2013 que totalizam um investimento de 15 milhões de euros.

Estes planos foram apresentados no Fórum Vinhos de Portugal, promovido pela ViniPortugal que reuniu no Palácio da Bolsa, no dia 28 de novembro, entidades e produtores da fileira do vinho num dia dedicado à divulgação dos planos de promoção, análise do comportamento do mercado nacional, evolução das exportações, mas ainda ao debate de temas cruciais para o futuro da fileira como a sustentabilidade da fileira da vinha e do vinho, a agricultura sustentável e a biodiversidade. 

A evolução mais recente do mercado dos vinhos portugueses foi apresentada por Francisco Mateus, do IVV, que mostrou que nos primeiros nove meses do ano a exportação de vinhos portugueses aumentou  5,4% em volume, com a venda de mais 11,5 milhões de litros e 4,2% em valor, para 481 milhões euros. Este aumento engloba todas as categorias de vinhos exportados incluindo o Vinho do Porto e Vinho da Madeira. A tendência mais recente destes dois vinhos emblemáticos aponta para crescimento no 4.º trimestre de 2012.

Nesta conjuntura, as exportações de vinho crescem consecutivamente nos últimos 3 anos, podendo atingir 700 milhões euros no final deste ano.

Durante a tarde diversos especialistas participaram nos painéis de debate sobre produção biológica, preservação da biodiversidade e o impacto das alterações climáticas na fileira da vinha e do vinho.

Para Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, «A conferência sobre sustentabilidade apresentou bons exemplos que gostaríamos que fossem adaptados à fileira do vinho, para que o vinho se possa tornar "amigo do ambiente" e se adapte às alterações climáticas nos próximos 20 ou 30 anos»

Nuno Oliveira, biólogo da área de ecologia e investigador coordenador da área de Ambiente e Sustentabilidade do ISG apelou à consideração da sustentabilidade como fator de sobrevivência mas também de diferenciação e competitividade.

Alfredo Cunhal Sendim, da Herdade Freixo do Meio, explicou qual a complexidade de lidarmos com problemas novos, que até agora não tivemos, evidenciando os ecossistemas como pauta essencial de produção e ainda a necessidade de reimprimir a regulação mundial para dar apoio às alterações necessárias e a importância do sector público na promoção à I&D, concretamente na aplicação à agricultura.

António J. Magalhães, QVB, focalizou a sua apresentação nos problemas causados pelo modelo de viticultura atual no Douro e ao evidenciar o modelo desenvolvido pela Flagdate, demonstrou a diferença entre a viticultura convencional e a viticultura sustentável e biológica em várias vertentes, designadamente na gestão dos infestantes e promoção de enrelvamentos, na gestão de pragas e nos gastos de resíduos.

No final das apresentações, Manuel Carvalho, diretor adjunto do Público, dirigiu o primeiro debate focado no tema da agricultura sustentável e no desafio de produzir mais com menos, incorporando valor nos vinhos e tirando partido do valor de certificações no negócio.

O segundo painel foi iniciado pela apresentação de Cristina Carlos, da ADVID, que fez uma análise da importância da biodiversidade funcional, realçando os projetos específicos na área da biodiversidade aplicada á gestão a vinha.  

Eiras Dias, da PORVID, foi outro dos oradores deste painel de debate. A abordagem incidiu na apresentação da diversidade da ampelografia nacional, composta por 350 castas, e as 25 castas com mais utilização.

Em sistema de vídeo-conferência Pedro Ballesteros, Torres MW, Signatários do Wineries for Climate Protection, interagiu com a audiência do Fórum e o painel de oradores. Apresentou a iniciativa do sector do vinho europeu a favor da redução de emissão de gases, extensível tanto à construção de edifícios, reutilização de energias renováveis, como à adoção de boas práticas de produção, ao menor consumo de água e aplicação de químicos, e à utilização de embalagens ecológicas, implementação de hábitos de reciclagem e de logísticas mais eficientes, e um maior investimento na investigação e produção. Pedro Ballesteros apelou à necessidade de antecipar para fazer face às limitações da legislação que está em construção, e finalizou a apresentação elogiando as condições naturais e históricas que Portugal detém e que são vantajosas para que se posicione na linha da frente nos tempos de sustentabilidade.

Pedro Garcias, jornalista do Público, foi o moderador do debate deste painel dedicado ao tema da biodiversidade, onde foi discutida a hipótese de um acordo de regiões IG e DOC para práticas de sustentabilidade e foi abordada a importância da cidadania no desenvolvimento sustentável.

 

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Fonte: IVV e ViniPortugal