O investigador Pedro Teixeira, a residir no Peso da Régua, está a desenvolver o projecto Da_Vide, que visa utilizar as vides, os resíduos resultantes da limpeza das videiras, após as vindimas, e que, até agora, estavam a ser desperdiçados.
Após as vindimas na Região Demarcada do Douro, as videiras têm de ser limpas, podadas. Estes resíduos, as vides, são normalmente triturados ou queimados, e, segundo defende, as aplicações para as vides vão desde o artesanato, à produção energética, indústria, componentes e acessórios, engenharia e tecnologia e ainda design, decoração e moda.
Depois do artesanato, do «combustível sólido inteligente» e da «super madeira», o investigador está agora a optimizar uma nova tecnologia que vai permitir, a partir de fibras extraídas de vides, produzir materiais que vão do papel/cartão até à madeira, da cortiça até ao plástico.
A ideia é, segundo Pedro Teixeira, desenvolver um projecto que consiste na criação de um «produto vinho do Porto com o ciclo fechado na vinha». Ou seja, com o papel e cartão de fibra de vide serão «produzidos os rótulos e as embalagens em cartão, com a madeira de fibra de vide são feitas as embalagens de madeira, com a cortiça de fibra de vide são feitas as rolhas, com o plástico de fibra de vide são feitas as garrafas».
O investigador acredita que a madeira de fibra de vide, super madeira, também poderia ser utilizada para produzir as pipas. «Teremos assim um produto vinho do Porto produzido exclusivamente com os recursos das vinhas. Acreditamos que é um projecto interessante e bastante inovador a nível mundial, apesar de bastante ambicioso», frisou.
Pedro Teixeira desafiou os produtores do Douro a juntarem-se ao projecto e referiu que já há empresas a estudarem a criação deste produto.
No âmbito do "Da_vide" já foi criado o «combustível sólido inteligente», que queima à medida, com mais chama ou mais brasa, quer seja para um assador ou para uma lareira, e a «super madeira», um material cuja matéria base é igual às madeiras naturais, mas em que as fibras de vide são estruturadas de forma diferente, permitindo, por exemplo, obter uma resistência mecânica muito superior em todas as direcções, ser mais leve e facilmente moldável, isto na fase de produção.
Segundo o projecto, o total de biomassa produzida pelas vinhas nacionais é superior a 500 mil toneladas por ano, o que corresponde aproximadamente à massa de 1,6 milhões de pinheiros ou mil hectares de pinheiros adultos em estado de desenvolvimento ideal para abate. «Isto quer dizer que a aplicação da nossa tecnologia pouparia o abate de 1,6 milhões de árvores todos os anos», salientou.
Pedro Teixeira referiu ainda que a tecnologia desenvolvida pelo projecto poderá representar um aumento de receitas para os produtores de vinho entre os 10 e os 30 por cento.
Fonte: Confagri / Lusa
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