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Ano de 2011 terá maior declaração "vintage" de sempre no Vinho do Porto
O ano de 2011 será o da maior declaração `vintage` de sempre no Vinho do Porto, depois de mais de 40 empresas terem já avançado com essa declaração, disse à Lusa o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Ainda assim, segundo Manuel Cabral, só na próxima sexta-feira, dia da "grande prova" dos `vintage` 2011, será feita a declaração formal de ano `vintage` pela Confraria do Vinho do Porto.

Esta declaração "oficial" é feita quando a maior parte das empresas produtoras de Vinho do Porto está em sintonia quanto a essa rara classificação, o que só ocorre duas ou três vezes por década.

O século XXI só teve, até agora, dois anos `vintage` - 2007 e 2003 -- a que juntará, agora, 2011.

De acordo com Manuel Cabral, até agora foram já mais de 40 as empresas de Vinho do Porto que avançaram com a declaração de `vintage` relativamente a 2011: a Sogrape fê-lo ainda em março e várias outras seguiram-lhe o exemplo em abril e este mês, como a Taylors, de David Guimaraens, a Sogevinus, o grupo Symington ou a Real Companhia Velha.

Com o prazo para envio pelos produtores das suas amostras para o IVDP a terminar sexta-feira, Manuel Cabral diz terem sido apresentadas "mais de 50 amostras, de mais de 30 empresas".

Estas amostras serão agora avaliadas, numa prova cega, pela Câmara dos Provadores do IVDP, de forma a determinar se o vinho possui qualidade para ser `vintage`.

Recentemente, a influente e reconhecida crítica inglesa de vinho Jancis Robinson provou o Taylor`s Vargellas Vinha Velha Vintage 2011, do qual disse que "pode ser o melhor vinho feito em 2011 no mundo inteiro".

"Acho que é impossível pensar em qualquer outra região de vinho, em qualquer lugar do mundo, que tenha produzido melhores vinhos nesse ano", acrescentou, referindo-se ao Douro.

David Guimaraens, o "pai" deste Taylor`s Vargellas Vinha Velha Vintage 2011, considerou o comentário de Jancis Robinson "importantíssimo" para a sua empresa e também para a região.

O enólogo da casa Taylors sustenta que "a natureza" desempenha aqui um papel central e 2011 foi um ano "excecional" para o vinho do Porto.

"O inverno desse ano foi chuvoso, o que permitiu ter boas reservas subterrâneas de água para as vinhas durante o verão, que foi quente e seco e não teve grandes oscilações de calor", resumiu.

A família Symington, que explora marcas como a Graham`s e a Dow`s, por exemplo, também frisa que "o clima é o fator decisivo na criação de vinhos de exceção no Douro e a forte precipitação de inverno registada em finais de 2010 foi crucial", tendo-se-lhe seguido "uma primavera soalheira" que se revelou benéfica.

Os Symington decidiram lançar dois "supervintage" 2011: um deles é o Quinta do Vesúvio Capela, lançado pela primeira vez em 2007, e o outro chama-se Graham The Stone Terraces, é uma novidade absoluta e cada garrafa custará cerca de "130, 140 euros", de acordo com o responsável pela comunicação do grupo, Miguel Potes.

A Sogevinus, com marcas como a Calém e a Barros, concorda que 2011 teve um clima quase perfeito para o vinho, com chuva e calor "na altura certa".

O enólogo daquela empresa, Pedro Sá, referiu que "toda a gente percebeu que 2011 seria um ano extraordinário nos meses imediatamente após a vindima".

Luís Sottomayor chefia a equipa de enologia de todas as marcas de vinho do Porto da Sogrape Vinhos e afirma que "já esperava" este surto de declarações vintage.

"Já provei quase 30 vintage 2011. São muito bons", concluiu.

 

Fonte: RTP Notícias / Lusa