Início\ Informação \ Notícias
China é o quinto maior mercado de exportação dos Vinhos de Lisboa
A China passou a ser o quinto maior mercado externo dos Vinhos de Lisboa, o que contribuiu para aumentar em 14% as vendas em 2012, disse hoje o presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa.

Vasco Avilez afirmou hoje à agência Lusa que 10% da produção de vinhos certificados são exportados para a China, país onde os vinhos da região vitivinícola de Lisboa (Estremadura) são vendidos desde há seis anos, mas só desde há dois anos é que as vendas para aquele país asiático passaram a ser significativas.

"A China tem a maior importância, porque é um mercado que tem estado a crescer e a comprar muito vinho, sobretudo de cooperativas, que na ótica dos chineses têm maior quantidade de 'stock' para vender" a um país muito populoso.

Por se tratar de um mercado prioritário, os agentes económicos estão muito preocupados com os "entraves da China à entrada de vinho oriundo da Europa, em resposta aos entraves criados pela União Europeia à entrada de painéis solares da China", explicou.

Vasco Avilez disse que o crescente consumo de vinhos pelos chineses está a levá-los a investir na plantação de vinhas e na produção de vinhos próprios, mas cuja qualidade está longe de chegar à dos portugueses.

O principal mercado dos Vinhos de Lisboa é Angola, seguida do Brasil, dos Estados Unidos da América e, em quarto, da Europa do norte.

Estando em contraciclo com a economia portuguesa, os agentes económicos do setor têm conseguido alcançar fortes incrementos nas vendas sobretudo para o mercado externo.

Em 2012, os vinhos de Lisboa aumentaram as vendas em 14%, a que corresponderam 30 milhões de euros faturados, que somaram aos 80 milhões de euros anuais de volume de negócios.

O aumento do consumo de vinho tem conduzido ao aparecimento de novos produtores e ao investimento em novas adegas. Nos últimos dois anos, os quatro novos projetos que surgiram no país neste setor localizam-se na região de Lisboa e significaram um investimento na ordem dos 20 milhões de euros.

Em 2012, a região produziu 1100 milhões de hectolitros de vinhos, dos quais 22 milhões de litros são de vinhos certificados. Entre a produção certificada, 60% é vendida no mercado externo e 40% no mercado interno.

Para este ano, a CVR, com sede em Torres Vedras, prevê uma quebra de 10% na produção "devido ao inverno rigoroso", depois de uma quebra mais acentuada de 28% em 2012, mas o dirigente esclareceu que essa quebra não vai afetar as exportações.

Vasco Avilez adiantou que, se aparecer um novo país consumidor de vinho tão populoso como a China, há capacidade de resposta da região, uma vez que o aumento da procura iria permitir certificar com Denominação de Origem Controlada grande parte da produção, que é vendida como vinho leve.

A Estremadura, região da CVR de Lisboa, é a segunda maior do país em área, com 26 mil hectares de vinha, produzindo 22 milhões de garrafas por ano, ou seja 20% dos vinhos portugueses.

Além disso, é a maior região a exportar vinhos certificados e a única a produzir vinhos leves.

A região possui nove vinhos regionais (Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Óbidos, Encostas D'Aire, Bucelas, Carcavelos, Colares e Lisboa) e uma aguardente (Lourinhã) com Denominação de Origem Controlada.

 

Fonte: Sapo Notícias / Lusa