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Produção de vinho aumenta e exportações podem chegar aos 720 milhões de euros
Instituto da Vinha e do Vinho revela que a produção de vinho vai aumentar 7% em 2013, com uma subida de 6,3 milhões de hectolitros em 2012 para 6,7 milhões de hectolitros no corrente ano.

Com as vindimas ainda a decorrer o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) faz previsões positivas da produção, um aumento estimado de 7% em relação a 2012, o que a concretizar-se será de 11% em relação à média dos últimos cinco anos.

Frederico Falcão explicou à TV Ciência que «a produção no ano passado rondou os 6,3 milhões de hectolitros e este ano passa para 6,7 milhões de hectolitros».

A produção vai variar de região para região, referiu o Presidente do Instituto da Vinha e do Vinho. «A produzir menos a nossa expectativa é que seja o Tejo e a região da Península de Setúbal, que são duas regiões que no ano passado produziram muito mais do que a média».

Essas duas regiões «produziram muito acima da média dos últimos cinco anos e muito acima de 2011, portanto, portanto, vão produzir cerca de 10% abaixo. Também na Madeira se espera uma quebra de produção na ordem dos 20%, tirando estas regiões, todas as demais vão crescer», afirmou.

Frederico Falcão disse ainda que «os verdes vão produzir um pouco mais, estamos a falar de 10% a 15%. O Alentejo também vai ter uma subida grande relativamente ao ano passado» e isto acontece porque «foram duas regiões que no ano passado tiveram uma quebra de produção grande e no fundo estão a repor aquela que é a produção normal nessas regiões».

«Os verdes e o Alentejo são as regiões onde se vai produzir um pouco mais, onde o aumento é maior. Também o Douro tem um aumento significativo», acrescentou.

O aumento da produção está relacionado com o clima favorável que se verificou desde o anterior Inverno. «Tivemos um inverno chuvoso, portanto, temos boas reservas de água no solo. A diferenciação floral que é aquilo que determina a produção deste ano e é determinada no ano anterior».

Para além disso «a Primavera e Verão correram relativamente bem e não houve grandes problemas fitossanitários, o que levou a que não houvesse problemas nos cachos e, portanto, temos uma vindima saudável, boa e com quantidade e tudo indica com qualidade», afirmou Frederico Falcão.

Este aumento de produção vem repor os stocks. Um problema que estava já a afetar alguns produtores. «Os stocks nos produtores estão em níveis mínimos em relação ao que é habitual. Estão mesmo muito baixo. Eu diria que para alguns produtores há alguma falta de vinho. Portanto, este voltar à normal na produção, ter uma produção na ordem dos 6,7 milhões de hectolitros é muito bom para repor os stocks».

Este aumento de produção «não nos vai criar problemas de excesso de stocks, não é isso que temos. Neste momento há um problema de falta de stocks, portanto, aqui é voltar à normalidade», afirmou o Presidente do IVV.

O Instituto da Vinha e do Vinho prevê que a qualidade do vinho seja boa, no entanto, esta depende de vários fatores.

«São vários fatores que estão envolvidos nisto, não havendo chuvas que possam trazer podridões ou alguns problemas, não havendo excesso de calor que tragam escaldão às uvas e que fiquem uvas-passas, são vários fatores», «Mas decorrendo com temperaturas normais para a época, que é o que nós temos neste momento e tempo seco, tudo indica que as maturações estão a decorrer a um bom ritmo e nível e que vamos ter qualidade nas uvas e posteriormente no vinho», explicou Frederico Falcão.

A manter-se a qualidade do vinho e os mercados, os preços podem mesmo continuar a aumentar. «O escoamento tem corrido bem. O primeiro semestre do ano, 2013, correu bem. Tivemos um aumento em relação ao período homólogo do ano passado, ou seja, em relação ao primeiro semestre de 2012, o preço subiu bastante, tivemos um aumento de 2,6% em valores exportado e um aumento muito grande em preço médio, subimos 7,7% em preço médio», afirmou.

No domínio das exportações o IVV prevê um aumento de 3% em 2013. «No ano passado batemos a barreira dos 700 milhões de euros, pela primeira vez, e este ano estamos a contar com 720 milhões de euros».

Já em relação aos mercados, Frederico Falcão explicou que os principais são «mercados de países terceiros, como o Canadá, EUA, Brasil e Angola. Depois com alguma importância temos a China e a Rússia, também a Suíça, na União Europeia (UE), os principais mercados são Espanha, França, Inglaterra e Alemanha».

Para além destes mercados que são considerados prioritários, estão a surgir novos mercados, como o «Japão, a Coreia, Singapura, agora temos Moçambique, Namíbia. Há vários países em todos os continentes, há alvos que estão definidos», afirmou o Presidente do IVV.

Mercados com consumidores de diferentes tipos de vinho. «Os vinhos verdes estão a ter um grande sucesso nos EUA. Há países, por exemplo, Angola sendo um país muito quente faria todo o sentido que fosse mercado grande consumidor de vinhos brancos e não é. É um mercado mais de consumidores de vinhos tintos» e o mesmo acontece com o «Brasil que é um país que se concentra muito mais na importação dos vinhos tintos».

Para promover o vinho, encontrar novos mercados e aumentar as exportações, o setor vitivinícola conta com apoios.

«Temos ajudas comunitárias e nacionais, os produtores em Portugal e as Comissões vitivinícolas a fazerem promoção dos nossos vinhos, sobretudo, em mercados de países terceiros. Damos algum apoio para o mercado interno, ou seja, Portugal e os países da UE, mas temos verbas substanciais de apoio a projeto de exportação dos vinhos, portanto, ações de vendas, de promoção, de publicidade», explicou Frederico Falcão.

Em relação ao valor do apoio do projeto para o sector vitivinícola, o Presidente do IVV diz que «é de cerca de 65 milhões por ano», mas existem «varias medidas, há a medida de reestruturação de vinhas que abarca a maior das verbas», sendo que «normalmente para a promoção são cerca de 10 milhões de euros anualmente para apoio a projetos».

 

Fonte: TV  Ciência