"Vamos exportar cerca de 36, 37% do nosso negócio, que é o maior valor de sempre. Esperamos aumentar as exportações em cerca de 12, 13% em relação ao ano passado", disse Manuel Pinheiro, ressalvando que ainda faltam três meses para o fim do ano, mas que não devem modificar os resultados obtidos desde Janeiro.
O crescimento deste ano tem sido feito à custa de três mercados principais, referiu o presidente da CVRVV, com os Estados Unidos à cabeça, seguidos de Alemanha e França, compensando as perdas em termos internos, onde o mercado está "estagnado".
Numa semana em que se assinalaram os 105 anos da demarcação da região dos Vinhos Verdes, Manuel Pinheiro disse esperar uma vindima, este ano, com "um bocadinho mais de vinho do que no ano passado, o que é preciso porque a região tem uns ‘stocks' historicamente baixos".
O facto de os Estados Unidos liderarem os níveis de crescimento nas exportações não é um acaso, salientou Manuel Pinheiro, que lembrou que, dos três milhões de euros investidos em promoção, metade se destina ao mercado norte-americano, onde se tem verificado uma aposta de longo prazo.
No final de Junho, o diário New York Times intitulava "Vinho Verde: Português para ‘barato e agradável'" e escrevia que, "nos últimos anos, o vinho verde disparou em termos de popularidade [nos EUA]" e que "se a sede por vinho verde ainda não chegou à loucura geral de que o rosé beneficia, pelo menos já ultrapassou uma mini-moda como a ‘txakolina', o vinho basco que se tornou popular".
"O seu nome, traduzido à letra, quer dizer vinho verde e quando servido é um dos mais invulgares no mercado. No copo, cai com um tom prata e esverdeado, oferecendo notas florais vívidas e odores frutados ligeiros que podem ir da pera à toranja", descreveu, por seu lado, o Wall Street Journal, em Julho.
Assim, Manuel Pinheiro sublinha que os vinhos verdes já cruzaram a fronteira do mercado da emigração portuguesa e encontram-se hoje em locais como a Califórnia ou Washington, onde a presença emigrante é menor.
Fonte: Revista Sábado
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