Depois de um ano a convencer as empresas concorrentes a unirem-se e a negociar a arquitetura da "Vidigueira Wine Lands", a primeira ação está prevista para março de 2014, com o lançamento conjunto de vinhos.
Ao Negócios, o presidente Reto Frank Jörg explicou que o conceito será "tal e qual o dos Douro Boys", um projeto que há 10 anos reuniu cinco das mais conceituadas quintas durienses na promoção externa: Vale Meão, Crasto, Vale Dona Maria, Valladao e Niepoort.
"É o único modelo que funciona em Portugal. Eles são uma referência, um exemplo. Se conseguirmos fazer [o que eles fazem] estaremos de parabéns", admitiu o líder da quinta do Quetzal, que se associou à Herdade Grande, Herdade do Monte da Ribeira, Ribafreixo Wines, Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito, VitiFrades e Herdade da Lisboa.
A promoção externa é a maior aposta desta associação de empresas, que até agora faziam "cada uma para seu lado" a divulgação do produto. Mais do que um vinho, vão "vender" uma sub-região conhecida pelos brancos, com um ‘ terroir' único" e uma "casta típica [Antão Vaz]que faz vinhos diferentes".
Reto Jörg frisou que "não existe no Alentejo uma sub-região como a Vidigueira: pequena, mas com uma concentração grande de produtores ‘premium'". Mais dois entrarão em 2014, passando assim a representar 90% das empresas da Vidigueira - os pequenos terão representação através de duas cooperativas.
"Aqui nunca é fácil começar"
Apesar do primeiro orçamento ainda não estar fechado, cada empresa injetará o mesmo montante na "Vidigueira Wines Lands". Sendo certo que será um orçamento muito mais engraçado em conjunto do que individualmente", clarificou o gestor suíço, 51 anos, 30dos quais em Portugal. É que cada empresa manterá o seu esforço individual de marketing e o investimento na associação "será um extra".
A Câmara entra como sócio honorário - o vinho é o principal ganha-pão no concelho - e também com dinheiro que será "muito importante para ajudar" nas atividades programadas. Entre elas está a criação de uma rota dos vinhos exclusiva da Vidigueira para atrair os turistas do algarve e de Lisboa.
O maior obstáculo foi juntar empresas concorrentes, que ainda poderão beneficiar de um corte de custos através da negociação coletiva de bens intermédios, como garrafas ou rolhas.
"Sou de um país onde o associativismo é a coisa mais comum. Em Portugal nunca é fácil começar., há muitas dúvidas. Mas convencemos todos", desabafou Jörg.
Fonte: Jornal de Negócios / António Larguesa
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