O ano que findou foi um "bom ano" para a Sogrape, apesar dos impactos que teve, atendendo ao cenário adverso, nas expectativas feitas, reconhece Fernando Cunha Guedes, administrador da maior empresa de vinhos nacional. Depois de, em 2012, ter ultrapassado o valor mítico dos 200 milhões de euros de volume de negócios consolidado, a Sogrape conseguiu, em 2013, fechar o exercício "em linha" com o ano anterior., sendo o grupo prevê que a evolução nos restantes indicadores - as contas ainda não estão, totalmente fechadas - "seja positiva". Mas mercados houve, como os da Ásia Pacífico, que contribuíram com um acréscimo de vendas de 17,1%. Pelo contrário, as vendas na Argentina caíram 13%.
A performance na Argentina, onde a Sogrape tem a Finca Flichman - foi o primeiro investimento externo que o grupo fez, em 1997 -, deve-se a uma "conjuntura macroeconómica muito adversa para as indústrias exportadoras e para a vitivinícola em especial": uma política cambial que sustenta a moeda local artificialmente valorizada, sobretudo face ao dólar; elevadíssimas taxas de inflação, hoje na casa dos 30%, a implicar "um aumento enorme dos custos de produção"; taxas de juro elevadas, na ordem dos 25% a 30% e a consequente tensão social. Razões que levaram a Sogrape a estabelecer um plano estratégico para aumentar o nível de rentabilidade e reduzir o montante da dívida na Finca Flichman.
"Ainda que reduzindo investimentos de expansão e desinvestindo em ativos não estratégicos, procurou-se premiumizar o poretfólio, diminuindo o volume de vendas de menor valor e focalizando em gamas superiores. Esta estratégia passa, acima de tudo, por implementar um conjunto de medidas que tornam a Finca Flichman uma empresa mais eficiente e flexível", sublinha o administrador. Recorde-se que o ano passado, ao mesmo tempo em que anunciou a venda da Quinta da Boavista, no Douro, deu também a conhecer a alienação da adega Pedriel, em Mendoza, que fazia parte do grupo de três adegas da Finca Flichman.
Mas Fernando Cunha Guedes garante que o ano foi bom, não só nos resultados, mas "na consolidação dos negócios" nas várias geografias. E acrescenta: "Encarando o vinho numa lógica de longo prazo, como aliás fazemos há mais de 70 anos, 2013 será recordado como o ano de arranque de uma série de projetos que garantem o sucesso da empresa. Não apenas numa lógica funcional e operativa, mas também, e sobretudo, ao nível das marcas, que independentemente dos ciclos económicos se renovam para ir ao encontro das expectativas dos consumidores".
As vendas na Ásia Pacífico cresceram 17,1%, mas os contributos positivos não se ficaram por aí. O crescimento nos mercados africanos foi de 6,4%, na Europa de Leste chegou aos 4,3% e na América do Norte foi de 3,3%. E, mesmo em Portugal, a Sogrape conseguiu aumentar as suas vendas em 2,3%.
E quanto a 2014? As projeções da Sogrape apontam para um "ligeiro crescimento", propiciando também o "fortalecimento" dos indicadores globais de rentabilidade operacional e financeira do grupo.
Recorde-se que a Sogrape anunciou, recentemente, uma reestruturação interna, com uma nova "configuração da macro-orrganização funcional do grupo". Na prática, o objetivo é preparar a Sogrape SGPS para os "desafios futuros", mediante a entrada de dois novos administradores na holding, que detém a totalidade das companhias participadas na área dos vinhos e distribuição, hoje em dia com cerca de mil colaboradores a trabalhar em empresas dispersas por 11 países dos 5 continentes. Bernardo de Brito e Faro e Rolando Borges Martins, ambos previamente membros do comité executivo da Sogrape Vinhos, foram nomeados administradores da Sogrape SGPS, "permitindo assim uma distribuição de responsabilidades mais equilibrada, o reforço das competências financeira e comercial para a gestão futura da Sogrape, e um acompanhamento mais efetivo das diversas Unidades de Negócio e empresas do grupo".
Fonte: Dinheiro Vivo
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