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“O melhor vinho da casa a nível mundial” é português
O cronista americano Matt Kramer (escreve na revista Wine Spectator) está neste momento a viver no Porto e vai descobrindo, em espanto, os vinhos portugueses. Na sua última crónica relata a visita a Foz de Arouce e ao Palace do Bussaco. Um dia memorável…

Porquê Foz de Arouce? Matt explica: "em Dezembro, um dos meus Vinhos do Ano [Matt escolhe apenas quatro] foi um tinto que nunca tinha provado e do qual nem sequer tinha jamais ouvido falar. Dei com ele por acidente, numa prova de 40 vinhos (...) e este vinho estava no meio da prova e, contudo, num único golo, o meu coração saltou. Provei-o uma segunda e terceira vez, com respostas cardíacas iguais. Ainda assim, fiquei cético. Será que era assim tão bom? Comprei depois uma garrafa e proveio cuidadosamente em casa, a solo e depois com comida (...). E era mesmo muito bom". O vinho era um Quinta de Foz de Arouce tinto 2010 e Matt não descansou até visitar a propriedade. Almoçou com o Conde de Foz de Arouce, João Osório (sogro de João Portugal Ramos) e teve oportunidade de se maravilhar com os brancos e tintos da casa.

Mas o dia não acabou aqui: Matt foi acabar o dia ao Palace do Bussaco e ficou maravilhado com o local. À hora de jantar, o escanção decidiu servir-lhe o "vinho da casa". Matt confessa que ficou imediatamente desconfiado: "não sei como é com vocês, mas o último vinho que iria pedir num restaurante - e menos ainda num restaurante de preço modesto - seria o vinho da casa. É mesmo assim." Felizmente aceitou a sugestão do escanção e ficou... deslumbrado. Aqui fica o testemunho, traduzido livremente: "O que me serviram era simplesmente um espanto. O Buçaco Branco Reservado 2003 não era apenas espantosamente bom; era também fabuloso. E olhem que não estou a usar esta palavra de ânimo leve. Era mesmo fabuloso". O escanção serviu-lhe depois 2001, 2003, 2005 e 2008, terminando com um branco de 1958 (!). Matt escreveu assim: "Que tal estavam estes brancos? Espantosos. Brilhantes, frescos, profundos, quase intocados pela idade (...)".

Conclusão final: "como é possível que vinhos tão bons tenham passado tão despercebidos a tantos outros enófilos, e por tanto tempo? Certamente não serei o único a desconhecer estes vinhos..."

Curioso é ainda ler as reacções dos leitores desta crónica, a maior parte deles americanos enófilos. Todos eles queriam saber onde é que podiam comprar os vinhos nos Estados Unidos!

 

Fonte: Revista de Vinhos