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Açores querem «aproveitar e relançar» potencial da vinha
O Governo dos Açores quer «aproveitar e relançar o potencial» vitivinícola das ilhas, disse o presidente do executivo, Vasco Cordeiro, revelando que há cerca de 1.400 hectares de vinha que podem ser recuperados.

«A genuinidade dos produtos açorianos é algo a que precisamos de aliar a inovação, a tecnologia, a experimentação e a qualidade. É isso que queremos fazer, desde logo, no setor da vinha e do vinho», disse Vasco Cordeiro.

O presidente do executivo regional falava em Santa Cruz da Graciosa, na cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra de requalificação e ampliação do edifício da Adega e Cooperativa Agrícola da ilha Graciosa, onde considerou que os Açores têm «um potencial imenso por explorar e aproveitar» a nível de alguns produtos agrícolas. Além do vinho, citou a horticultura e a produção de frutas.

Neste contexto, sublinhou que o executivo quer «aproveitar e relançar o potencial da vinha» através de medidas que passam pela «recuperação de áreas», pela formação, por «novos campos de multiplicação», para que se disponibilize o material para as castas tradicionais dos Açores».

O objectivo é que este sector assuma «maior importância» no «desenvolvimento» dos Açores, afirmou, dizendo que as estimativas apontam para cerca de 1.400 hectares que ainda podem ser recuperados para a produção de vinho.

«É um potencial imenso que urge aproveitar, que pode ser transformado num factor de valorização da nossa agricultura e da nossa economia e que depende de nós, da capacidade que todos nós, açorianos, tivermos de o aproveitar, de o mobilizar, de o colocar ao serviço do desenvolvimento, da criação de riqueza e da criação de emprego», afirmou.

A obra da Adega e Cooperativa da Graciosa tem um prazo de conclusão de um ano e prevê um investimento de 1,14 milhões de euros, financiados em 75 por cento por fundos europeus.

O projecto prevê a construção de uma unidade de processamento hortofrutícola, para recepção, tratamento, embalamento, armazenagem e expedição de produtos. Será ainda criada uma unidade de processamento de mel e compotas e outra específica para a produção de alhos.

Por outro lado, mantém a unidade de vinificação, que já existe, mas que será remodelada, para se adequar às exigências atuais a nível higienossanitário.

Sobre este projecto, Vasco Cordeiro sublinhou que é «uma mensagem de esperança no futuro», mas «não pode ser entendido por ninguém como um ponto de chegada».

«Os objectivos deste investimento e do apoio do governo» são, reforçou, criar condições para o reforço da competitividade empresarial na ilha, para a criação de riqueza e para a criação de emprego.

O cumprimento destes objectivos, «a partir daqui, dependem mais» da direcção e dos associados da adega e cooperativa do que do Governo regional, sublinhou Vasco Cordeiro.

O Governo dos Açores iniciou ontem uma visita de dois dias à Graciosa, que cumpre o estatuto político-administrativo da região autónoma, que determina que o executivo tem de ir a todas as ilhas uma vez por ano, pelo menos, e reunir-se em conselho durante a estadia.

 

Fonte: Lusa