Os primeiros meses de 2014 permitem alimentar expectativas otimistas quanto às exportações de vinho português?
Nos primeiros dois meses tivemos um pequeno aumento de 1% nas exportações,
que não é muito, mas confirma uma subida face ao período homólogo do ano passado. Em 2013, o valor das exportações cresceu 2,4% e o preço médio
aumentou 13,3%, o que é ótimo, pois mesmo tendo vendido menos, estivemos
a vender melhor.
O que falta a Portugal para conseguir fazer subir ainda mais o preço médio dos seus vinhos nos mercados externos?
Falta
valorizar a marca Portugal. Os consumidores da China, da Rússia ou dos
Estados Unidos da América não conhecem Portugal. É verdade que não temos
essa vantagem em Angola ou no Brasil, mas temos em alguns mercados
relevantes. E quem não conhece nada sobre Portugal geralmente não se
arrisca a comprar uma garrafa de vinho português. É preciso promover
mais o País e com isso ganham todos os produtos produzidos cá.
Que mercados externos revelam atualmente grande potencial de crescimento para o vinho português?
Na
América temos três mercados muito importantes: Canadá, EUA e Brasil.
Também há produtores a olhar para o México, Paraguai e Colômbia. Em
África, Angola é o nosso grande mercado e Moçambique assume um papel de
menor destaque. A China e a Rússia são mercados interessantes e depois
temos a Noruega e a Suíça, que são mercados com potencial. Na União
Euro-peia destacam-se o Reino Unido, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a
França e o Luxem-burgo.
Com os produtores cada vez mais
voltados para os mercado externos, corre-se o risco de descurar a
importância do mercado doméstico?
Não, o mercado nacional, embora
esteja a sofrer um grande retração no consumo, continua a ser muito
importante. É o nosso mercado de proximidade! Mas é um mercado onde hoje
em dia é difícil crescer. Está cada vez mais concentrado nas grandes
superfícies e é difícil lá entrar com novas marcas, com novas
referências, pelo que se torna um mercado de difícil expansão. E assim
os produtores têm de virar cada vez mais para fora, sem descurar o
mercado de proximidade. Mas a sustentabilidade económica das empresas
obriga a virar para fora.
Fonte: Dinheiro Vivo
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