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Frederico Falcão: “Falta valorizar mais a marca Portugal nos mercados externos”
Presidente do Instituto da Vinha e do Vinho diz que, apesar da retração, o mercado nacional continua a ser muito importante

Os primeiros meses de 2014 permitem alimentar expectativas otimistas quanto às exportações de vinho português?
Nos primeiros dois meses tivemos um pequeno aumento de 1% nas exportações, que não é muito, mas confirma uma subida face ao período homólogo do ano passado. Em 2013, o valor das exportações cresceu 2,4% e o preço médio aumentou 13,3%, o que é ótimo, pois mesmo tendo vendido menos, estivemos a vender melhor.

O que falta a Portugal para conseguir fazer subir ainda mais o preço médio dos seus vinhos nos mercados externos?
Falta valorizar a marca Portugal. Os consumidores da China, da Rússia ou dos Estados Unidos da América não conhecem Portugal. É verdade que não temos essa vantagem em Angola ou no Brasil, mas temos em alguns mercados relevantes. E quem não conhece nada sobre Portugal geralmente não se arrisca a comprar uma garrafa de vinho português. É preciso promover mais o País e com isso ganham todos os produtos produzidos cá.

Que mercados externos revelam atualmente grande potencial de crescimento para o vinho português?
Na América temos três mercados muito importantes: Canadá, EUA e Brasil. Também há produtores a olhar para o México, Paraguai e Colômbia. Em África, Angola é o nosso grande mercado e Moçambique assume um papel de menor destaque. A China e a Rússia são mercados interessantes e depois temos a Noruega e a Suíça, que são mercados com potencial. Na União Euro-peia destacam-se o Reino Unido, a Holanda, a Bélgica, a Alemanha, a França e o Luxem-burgo.

Com os produtores cada vez mais voltados para os mercado externos, corre-se o risco de descurar a importância do mercado doméstico?
Não, o mercado nacional, embora esteja a sofrer um grande retração no consumo, continua a ser muito importante. É o nosso mercado de proximidade! Mas é um mercado onde hoje em dia é difícil crescer. Está cada vez mais concentrado nas grandes superfícies e é difícil lá entrar com novas marcas, com novas referências, pelo que se torna um mercado de difícil expansão. E assim os produtores têm de virar cada vez mais para fora, sem descurar o mercado de proximidade. Mas a sustentabilidade económica das empresas obriga a virar para fora.

 

 

Fonte: Dinheiro Vivo