Depois de quatro anos consecutivos a aumentar as vendas para o exterior, as exportações do sector vinícola português desaceleraram nos primeiros seis meses do ano. De Janeiro a Junho foram exportados 1,3 milhões de hectolitros de vinho, o que corresponde a uma queda de 13,2%, segundo os dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), tutelado pelo Ministério da Agricultura. O principal motivo "prendeu-se com a diminuição de exportações de vinho a granel, que caíram 45% em volume. Se observarmos os dados dos vinhos engarrafados, observamos o contrário, ou seja, um acréscimo de 4,4% em volume e de 5,5% em valor", explicou ao SOL Frederico Falcão, presidente do IVV.
ma tendência que também ajuda a perceber a queda residual em termos de receitas (-0,1%), face ao decréscimo das vendas em volume. No primeiro semestre, o preço médio de venda do ‘néctar' luso atingiu os 2,39 euros por litro, mais 15,2% face ao mesmo período do ano anterior. "Os vinhos exportados a granel são, na sua generalidade, vinhos sem denominação de origem ou indicação geográfica e de baixo valor acrescentado, pelo que o foco maior está na exportação de vinhos com valor acrescentado", sustenta o responsável.
As maiores quedas
Foi em Espanha, França e na China que se registaram as maiores descidas. A variação negativa em volume prende-se essencialmente com a exportação de vinho de mesa para Espanha e França, em que se registaram quebras de 91% e 71% respectivamente.
O presidente do IVV acrescenta ainda que "Portugal sofreu uma ligeira queda de produção na colheita de 2013, tendo havido uma produção recorde em Espanha, o que levou a uma quebra nas exportações de vinho a granel de Portugal", contribuindo para o decréscimo das vendas nestes mercados.
No que toca à queda das exportações para a China e à ‘muralha' fiscal que existe para este destino, devido às dificuldades alfandegárias e fiscais, Frederico Falcão adianta que "neste momento o processo anti-dumping levantado pelas autoridades chinesas encontra-se ultrapassado". E explica que "há ainda algumas dificuldades alfandegárias que poderão ser ultrapassadas pelas excelentes relações diplomáticas e comerciais entre Portugal e a China".
Sublinha ainda que o mercado chinês é de importância crescente para as exportações portuguesas, sendo o 6.º principal destino na lista de países fora da União Europeia.
Além disso, "a China é um mercado de importação de vinho em forte expansão (6º importador mundial), o que o torna muito atractivo". Por todos estes motivos, o presidente do IVV está confiante que a tendência de quebra poderá ser compensada no segundo semestre deste ano.
As maiores subidas
Macau, Suíça, EUA e Dinamarca foram os mercados que mais aumentaram as compras de vinho português. No primeiro semestre deste ano foram vendidos mais de nove mil hectolitros para Macau, uma subida de 27,6%. Na Suíça as importações subiram 19,1% e 37,1% na Dinamarca .
Os norte-americanos também estão a demonstrar cada vez maior interesse pelo vinho português, tendo aumentado as compras em 14,4%.
Fonte: Jornal Sol / Sara Ribeiro
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