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Estes são os escoceses que puseram Portugal no top dos vinhos
Óscares do vinho, que destacaram dois produtos da casa Symington, podem fazer Portugal virar moda através do mercado americano. O segredo não está só na "vindima perfeita".

Quando no virar do milénio os Symington tomaram a decisão de fazer vinhos DOC na região do Douro (vinhos de mesa), chegaram a ouvir críticas no setor. Afinal, há mais de um século que esta família britânica se estabelecera em Portugal para produzir vinho do Porto.

A resposta surgiu nesta semana, quando a revista norte-americana Wine Spectator distinguiu o Porto Vintage Dow"s e o DOC Douro Chrysea, ambos produzidos pelos Symington, no primeiro e terceiro lugares respetivamente na lista dos melhores do ano.

Em 1882, Andrew James Symington, um escocês de 18 anos, chegou ao Porto para trabalhar com os Graham, outra família escocesa estabelecida em Portugal. Em 1894, já depois de se ter estabelecido por conta própria no setor, protagonizou a venda do vinho do Porto da família Burnay em representação do governo português, e onze anos depois tornou-se sócio da Warre & Co, a mais antiga companhia de vinho do Porto britânica estabelecida em Portugal. Em pouco tempo tornou-se o único proprietário da empresa e em 1912 passou a gerir as quintas do vale do Douro da Dow"s, bem como as suas caves e armazéns em Gaia, ainda em parceria com a família Warre, estabelecida em Londres. Meio século depois, a família Symington tornou--se a única proprietária da Dow"s.

Uma longa tradição no vinho do Porto que levou muitos a franzir a testa quando decidiram inovar. "Começámos em 2000 a fazer experiências com vinhos do Douro, estabelecendo parcerias com gente que sabe muito nesta área e houve quem pensasse que iríamos dar menos atenção ao vinho do Porto. Na verdade, apenas decidimos criar uma nova área de negócio e em menos de vinte anos produzimos em termos de qualidade, juntamente com outras empresas de vinho do Porto, ao nível dos melhores vinhos de mesa do mundo, a competir com regiões como Bordéus, Borgonha ou Napa Valley", explica ao DN Joe Álvares Ribeiro, administrador do grupo Symington.

 

Fonte: Diário de Notícias