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Um “embaixador suíço” de vinhos e de enoturismo
Tem sido um autêntico embaixador de produtos portugueses na Suíça, em especial dos vinhos. Agora estreou-se no enoturismo, para mostrar aos suíços onde são produzidos os seus néctares.

Tem o nome do nosso campeão olímpico de atletismo - Carlos Lopes, mas a sua corrida tem sido entre Portugal e a Suíça, país que o acolheu quando tinha 22 anos. Hoje é um autêntico "embaixador" de produtos alimentares portugueses naquele país, em particular de vinhos, de quem tem sido inclusivamente o cartaz de algumas marcas, levando-os a transpor as fronteiras portuguesas.

Saiu de Portugal cedo, angustiado, depois de duas experiências pouco felizes, uma na construção civil, outra na indústria de mobiliário. Foi na conversa de um amigo e emigrou para terras suíças para lavar pratos, mas, dois meses depois, subiu a ajudante de cozinheiro. Oito anos volvidos, depois de voltar à escola, estudar e praticar diariamente, ascendeu a chefe de cozinha, liderando uma equipa de dez elementos, num restaurante que hoje é seu cliente, em Lucerna, onde reside.

Ainda se manteve anos na cozinha, mas foi desenvolvendo outros projetos. Criou uma revista anual, a Info Shop Portugal, que desde 1991 se constitui como um guia prático de empresas e negócios, com restauração, hotelaria e imobiliário, suportada por empresas portuguesas nos dois países.  Em 1997, fundou a empresa Info Shop GMBH, com a criação de um amplo espaço comercial (de 300 m2) para divulgar e comercializar produtos portugueses.

"A loja tinha tudo, desde produtos alimentares, como queijos e vinhos, cerâmica, artesanato, livros, música, aquilo que pensava que podia ser útil, mas revelou-se uma grande desilusão", disse Carlos Lopes à Revista INVEST, explicando que o projeto foi bem acolhido pelos emigrantes portugueses.

"Foi frustrante", mas depois começámos a ser procurados pelos suíços, principalmente pelos vinhos", disse, adiantando que o negócio foi crescendo e começou a fazer a importação direta de marcas a partir de 2000. A empresa iniciou-se entretanto no catering, que faz localmente, quase tudo para clientes suíços. 

 

Mostrar onde se fazem os produtos

Atualmente dispõe de marcas do Douro, Bairrada, Dão, Alentejo e Tejo, entre tintos, brancos, verdes e portos, num total de cerca de 80 referências, e leva "paletes" para a Suíça, onde distribui diretamente para restaurantes, parceiros de revenda e distribuidores locais. "Vendemos relativamente bem, dentro de uma gama de preço médio", admite Carlos Lopes, esclarecendo que tem conseguido um "crescimento na ordem dos 20% ao ano", escusando-se, contudo, a falar de volume de negócios.

"Temos casos de produtores que começaram a exportar connosco, como, por exemplo, a Herdade das Servas, do Alentejo, que é hoje uma marca que vende para diversos pontos do globo", continuou.

O sucesso dos vinhos e dos queijos portugueses tem sido tal, que há cerca de um ano Carlos Lopes constituiu a empresa de direito português Sabores da Rolha, com mais dois sócios, para "dar a conhecer aos suíços onde são feitos os produtos". Segundo o empreendedor, "promovemos o enoturismo português, com visitas a caves e adegas, damos a conhecer a gastronomia e a hotelaria", personalizando cada programa em função dos gostos do grupo de clientes.

Desde abril deste ano, quando iniciou o projeto, têm trazido um grupo por mês, para já em visita pelo Norte de Portugal, mas a intenção é alargar a oferta a outras regiões do país, baseando os programas no enoturismo.

 

Fonte:  Revista Invest