A Quinta da Lixa abre, a 15 de Maio, o seu primeiro hotel. A produtora de vinho verde da sub-região de Vale do Sousa investiu mais de quatro milhões de euros num hotel ecológico dedicado à experiência do enoturismo. O hotel Monverde Wine Experience vai ser também a primeira unidade hoteleira dedicada ao vinho da rota do vinho verde.
Em entrevista ao programa "Grandes Negócios", do Etv, Óscar Meireles, administrador da Quinta da Lixa, lembra que o enoturismo era o segmento dos vinhos que faltava à empresa. "Já explorávamos o enoturismo, mas apenas para fazer provas de vinho e almoços. No ano passado passaram pela Quinta da Lixa 2.600 turistas mas havia uma falha de alojamento da nossa parte", explica.
Para o administrador da Quinta da Lixa, "o hotel vai ser uma ferramenta muito importante para alavancar os vinhos" da marca. Com esta unidade de charme, a ideia é atrair mais turistas internacionais e consequentemente mais mercados e parceiros internacionais. Por isso mesmo, as acções de marketing do hotel estão a começar pela Rússia, Estados Unidos, Japão e China e numa segunda fase o Brasil.
O hotel - construído e pensado para ser ecológico, e que vai empregar 37 pessoas numa primeira fase - vai ter uma estrutura central com a recepção, ‘spa', piscina, restaurante e uma adega onde os turistas vão poder fazer o seu próprio vinho e levá-lo para casa. Já os 30 quartos ficaram espalhados por três núcleos localizados no meio das vinhas da Quinta de Sanguinhedo, em Felgueiras, uma das seis propriedades vinícolas da marca Quinta da Lixa.
No total, a Quinta da Lixa tem mais de 70 hectares de vinha plantada, mas apenas 16% pertencem à empresa da família Meireles. Os restantes são produtores da região do vinho verde, que fornecem uva à empresa para a vinificar na Quinta da Lixa.
A empresa está no top cinco dos maiores produtores da região dos vinhos verdes e é o maior exportador português de vinhos da casta Alvarinho para os Estados Unidos. Além disso, vende já para 32 países com o volume de exportação a atingir os 52% da produção em 2014 e a ultrapassar pela primeira vez os 50%.
Em 1986, Óscar Meireles apostou logo em castas que dessem vinhos fáceis de beber, mais frutados e com menos acidez a pensar nos clientes internacionais e na exportação. Foi por isso que investiu, em 2013, quatro milhões de euros na compra de mais uma área de produção e numa linha de produção que permitiu triplicar a capacidade de produção para seis mil garrafas por hora. Um investimento que ainda não está esgotado.
"Nós antecipámos esse investimento na linha de produção para estarmos preparados para o crescimento da empresa nos próximos anos. Nesta altura, temos uma capacidade superior àquilo que vendemos. Os mercados de exportação são muito exigentes. Os ‘timings' são cada vez mais apertados para fazermos a previsão de entregas de encomendas e hoje em dia praticamente ninguém faz stocks", explica o administrador.
Para os próximos cinco anos, a Quinta da Lixa tem um orçamento entre cinco e seis milhões de euros para comprar mais terrenos.
Fonte: Económico / Marina Conceição
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