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Seedrs procura vinícolas portuguesas para financiar
Empresa luso-britânica propõe modelo alternativo de financiamento a empresas nacionais.

A Seedrs, plataforma luso-britânica de ‘equity crowdfunding', iniciou uma série de contactos com empresas vinícolas portuguesas para lhes propor alternativas de financiamento. Uma abordagem motivada pelos recentes casos de sucesso com empresas europeias do sector do vinho, como a britânica Chapel Down ou a francesa Domaine du Grand Mayne, que usaram a Seedrs para angariar capital, em alguns casos atingindo valores recorde.

Embora o sector vinícola na Europa ainda seja muito dominado por empresas familiares e modelos tradicionais de gestão, o presidente e co-fundador da Seedrs já nota algumas mudanças. "Vemos cada vez mais produtoras vinícolas a procurar capital de crescimento através de plataformas online", adianta Carlos Silva. Uma estratégia de financiamento a que muitas juntam ainda acções de marketing, oferecendo promoções ou acesso exclusivo a clientes que se tornam também investidores. Este modelo, sublinha, "não só permite chegar a um grande número de potenciais investidores, como ainda reforça a ligação entre a empresa e os seus clientes", reforça.

Carlos Silva admite que não é a prática mais usual, mas reconhece que as tradicionais companhias vinícolas procuram cada vez mais formas inovadoras de se financiar e promover. Já no caso português, "as empresas estão ainda mais focadas em produzir e menos em vender", comenta o empresário português. Daí ter iniciado contactos com empresas nacionais de vinhos com o objectivo de as sensibilizar para estas alternativas de financiamento.

Um modelo que é especialmente favorável para empresas de retalho, dado que são as que mais facilmente podem aliar descontos e ofertas ao investimento. Mas isso não exclui as produtoras de vinho. Nestes casos, reforça Carlos Silva, "o investimento procurado é normalmente para financiar expansões, lançar novas marcas, alargar a distribuição e as vendas ou até na melhoria ou ampliação de infra-estruturas". Foi o que aconteceu com a Domaine du Grand Mayne, que angariou mais capital do que o previsto e que ainda oferece aos ‘shareholders' acesso ao clube da marca e desconto no turismo da vinha.

Mesmo com a entrada destes negócios mais tradicionais no seu portefólio, as ‘startups' e as empresas do sector de tecnologia e ‘mobile' ainda são as mais pesam na actividade da Seedrs, que está a crescer a um ritmo de 30% por trimestre. Carlos Silva é reservado a falar de números, mas adianta a possibilidade de, ainda este ano, a empresa abrir uma percentagem do seu capital. "Ainda está em ponderação", adianta, depois de, em 2013, ter angariado 2,9 milhões de euros com a venda de 33% do seu capital. Uma operação que Carlos Silva encara com optimismo. Até porque, diz, "desde o início, ultrapassámos sempre as metas previstas".

 

Fonte: Diário Económico