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Alexandre Relvas reforça produção de vinho
Empresário vai aumentar produção de vinho no Alentejo de quatro milhões para 6,5 milhões de garrafas por ano.

As vinhas da Casa Agrícola Alexandre Relvas (CAAR) estendem-se por 100 hectares, no Redondo, Alentejo. "Temos dois ‘sites' de produção: a Herdade da Pimenta, que tem sensivelmente 65 hectares de vinha, e a Herdade de São Miguel, com 35 hectares. Além disso, compramos uva a fornecedores, que representam mais 150 a 170 hectares", explica Nuno Franco, o director de produção.

Daquelas uvas resultam vinhos como a Herdade de São Miguel, Herdade da Pimenta e Cicónia. São usadas as mais variadas castas, nacionais e internacionais.
A vindima ainda decorre, mas já dá para fazer o balanço da campanha deste ano. "Em termos de quantidade vamos ter uma quebra significativa, devido ao calor de Julho e à falta de capacidade de irrigar no fim de ciclo. Foi um ano muito, muito seco", lamenta. Na região, fala-se numa quebra de produção entre 20 e 25%.

Mas há também boas notícias. "Em termos de qualidade, vamos ter um ano muito bom. Todos os vinhos que temos na adega têm uma cor fantástica, uma boa maturação fenólica, logo, têm mais cor e taninos mais suaves. Atrever-me-ia a dizer que é pouco, mas bom", remata Nuno Franco.

Os primeiros vinhos desta Casa Agrícola, fundada por Alexandre Relvas, em 1997, chegaram ao mercado em 2004, e o crescimento tem sido constante ao longo de mais de uma década. A empresa prevê fechar o ano com mais 500 mil garrafas que em 2014, ultrapassando as quatro milhões.

Aos vinhos desta Casa não faltam distinções e medalhas, concedidas pelas mais prestigiadas entidades e revistas da especialidade a nível mundial. Grande parte do vinho produzido nas Herdades de São Miguel e da Pimenta é exportado. Mas Portugal é o país que absorve mais unidades. "É ainda o nosso principal mercado. O ano ainda não está fechado, mas vale entre 30 e 40% das vendas. E não está estagnado, temos parcerias muito fortes com alguns dos grupos de distribuição em Portugal, como o Continente, Pingo Doce e Makro, e tivemos uma nova listagem no Lidl este ano, o que nos vai permitir continuar a crescer no mercado português", revela Alexandre Relvas, filho do fundador, e responsável comercial e de marketing.

As grandes superfícies são o canal privilegiado de distribuição. Representam 70% das vendas em Portugal. A estratégia é produzir vinho para todos os gostos e carteiras. "Conseguimos estar presentes em todos os segmentos de qualidade e preço. Desde a marca branca do Continente, 100% trincadeira do Alentejo, produzida por nós, aos vinhos de entrada de gama a partir de dois euros. Conseguimos também ter alguns dos vinhos mais bem pontuados do Alentejo. A colheita de 2011 do Herdade São Miguel Private Collection recebeu 94 pontos na revista Wine Enthusiast, nos Estados Unidos".

Os vinhos Contemporal, marca exclusiva do Continente, e Monte Baixo, da Makro, por exemplo, são fornecidos por esta casa agrícola alentejana. Mas esta é apenas uma das vertentes deste negócio, onde se destacam as marcas próprias. "O vinho que mais vendemos até ao dia de hoje é o Cicónia tinto. Em termos de gama, a mais vendida é a Montinho de São Miguel. Aquela com maior número de medalhas, com melhores pontuações, que consegue um preço médio mais alto, é a Herdade de São Miguel"

Entre 60 e 70% da produção é exportada. Os principais mercados no exterior são a Bélgica, Estados Unidos, Brasil e Alemanha. Mas mais do que abraçar novos países, a empresa quer consolidar a marca nos mercados onde já está presente. "Estamos em 30 mercados, e temos vindo a tentar parcerias em países onde achamos que estamos melhor representados, e onde temos melhores agentes. Temos tentado desenvolver mais a actividade nesses países".

A Casa Agrícola Alexandre Relvas, que emprega 40 trabalhadores, é já um dos grandes produtores de vinho do Alentejo. Nos primeiros seis meses do ano facturou três milhões e meio de euros. Mas até ao final do ano, a previsão é aumentar as vendas para sete milhões e meio, mais 20% que no ano passado. Os últimos quatro meses do ano são os mais importantes em termos de vendas para a empresa.

Para continuar a crescer nos próximos anos, Alexandre Relvas vai investir na adega, candidatando-se a fundos comunitários. O objectivo é aumentar a capacidade de vinificação, armazenamento e engarrafamento de vinhos, aumentando a produção anual para 6,5 milhões de garrafas.

 

Fonte: Económico