A completar esta espécie de circulo virtuoso está o número crescente de projetos relacionados com o vinho, desde guias, aplicações para smartphones ou serviços de garrafeira online, que ajudam o consumidor português a escolher, a comprar e apreciar o vinho nacional.
A prova está nos últimos números do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV),
que apontam para um crescimento de 2,7% nas vendas de vinho efetuadas
no total dos canais da distribuição (hiper e supermercados) e Horeca
(Hotéis, restaurantes e cafés) nos primeiros nove meses do ano, o
equivalente a 13 milhões de euros.
Só no período de julho a setembro, o vinho
vendido nestes dois canais totalizou 187 milhões de euros. Isto, apesar
do valor médio por litro ter caído 1,25%, para 2,95 euros, no terceiro
trimestre do ano.
Também em volume, o vinho vendido nos dois canais aumentou,
concretamente 4%, o equivalente a 6,6 milhões de litros.
Só no terceiro trimestre do ano, nos dois canais, foram vendidos 63,4 milhões de litros. As vendas dos vinhos certificados (DOP e IGP) também cresceram em volume e valores, respetivamente 6% e 5,5%.
Segundo os dados do IVV, o aumento da quantidade vendida na distribuição (5,7%) foi responsável pelo crescimento global das vendas, já que também cresceu em valor, impulsionado pelas vendas dos vinhos certificados. Já no canal Horeca, verificou-se uma diminuição global da quantidade (-1,20%), mas um ligeiro aumento do valor de vedas (1,46%), para o qual contribuiu um aumento no preço médio de 2,7%, para 5,86 euros/litro.
Os vinhos do Alentejo reforçaram a sua quota de vendas em volume na distribuição e Horeca, de 18,9% entre janeiro e setembro de 2014, para 20,1% no mesmo período deste ano, protagonizando assim o maior crescimento.Também em valor, os vinhos desta região lideram, reforçando a sua quota para 25,6%, seguidos pelos vinhos do Minho com quota de 10,3%.
Para o crítico de vinhos João Paulo Martins, autor do Guia Vinhos de Portugal 2016, e profundo conhecedor do mercado, importa destacar a consolidação do Alentejo como região preferida dos portugueses, o Minho em segundo e o Douro que terá ultrapassado ligeiramente Setúbal.
Relativamente à diminuição do preço por unidade, o crítico diz que tem a ver com o "enorme peso que a grande distribuição tem na marcação dos preços, o que leva aos esmagamentos das margens ao produtor - o que também se verifica noutros ramos, não só nos vinhos." Destacando que o Alentejo há já muito tempo que é líder, embora na restauração o Douro tenha também um peso grande, a ideia é: "bom e barato é no Alentejo e vinhos mais sofisticados, com mais caráter e história para contar são no Douro. Acontece que regiões como Lisboa e Tejo também produzem bom e barato mas têm muita dificuldade em penetrar nas escolhas do consumidor."
"A análise estatística do meu livro é demolidora: se se quiser escolher vinhos com classificação de 17 ou mais, no Douro sou capaz de encontrar mais de 100 e no Tejo talvez tenha 2 ou 3. E no Alentejo embora haja muitos, não tem comparação com o Douro", destaca.Ou seja, explica melhor o crítico, "os vinhos do Douro são bons mas não têm dimensão.
Há muitos vinhos feitos em quantidades tipo 2 mil ou 3 mil garrafas que são bons, de facto, mas que não têm volume para se imporem, nomeadamente no mercado externo. Diria que a análise do Douro é complexa porque os vinhos são bons..." Quanto ao aumento do consumo, João Paulo Martins aponta outra possível razão: "tanto pode ser devido ao aumento do turismo como poderá significar uma ligeira folga nas bolsas dos consumidores."
Fonte: Dinheiro Vivo / Paula Brito
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