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Coreia do Sul é a nova aposta na promoção dos vinhos
ViniPortugal tem 7,3 para ajudar a valorizar o vinho, cujas exportações crescem há seis anos consecutivos

O ano de 2015 deverá ser de novo recorde nas exportações portuguesas de vinho. O sexto consecutivo. Com um crescimento provável na ordem dos 2%, um aumento de 10 a 15 milhões de euros.

Faltam as vendas de dezembro, mas "devemos chegar aos 740 milhões", prevê o presidente da ViniPortugal. Que este ano quer fazer chegar o vinho português a mais consumidores e a novos mercados. No plano de promoção, no valor de 7,3 milhões, a grande novidade é a aposta na Coreia do Sul.

Jorge Monteiro destaca a performance de 2015, "atendendo ao contexto particularmente difícil que se viveu em mercados como o angolano, cujas importações de vinhos portugueses caíram 20%, somando apenas 14 milhões, e o brasileiro, que está também estagnado".

Pela positiva, destaque para os EUA, que cresceram quase 20%, mais 8 milhões de euros, o que permitirá encerrar o ano, como o maior mercado de destinos dos vinhos tranquilos (sem os licorosos, Porto e Madeira) engarrafados. Não confundir com o campeão das exportações de vinhos portugueses, a França, que importa 110 milhões de euros, mas só 28 milhões são vinhos tranquilos; nem com o maior comprador de vinhos tranquilos, Angola, mas onde as vendas a granel têm ainda um enorme peso.

Boas prestações tiveram, também, o Canadá e a China, com crescimentos na ordem dos cinco e dos quatro milhões de euros. "São situações diferentes. Os EUA e o Canadá são mercados com um crescimento sustentado ao longo dos últimos anos, enquanto a China apresenta um bom desempenho, após a queda verificada em 2014, mas ainda sem a mesma consistência", destaca o presidente da ViniPortugal.

Assegurar uma maior valorização dos vinhos portugueses no mundo é o grande desafio do sector, acredita Jorge Monteiro, que destaca o esforço promocional da ViniPortugal sempre assente nesse pilar.

São 7,3 milhões de euros disponíveis para o plano de promoção dos vinhos portugueses no mundo, destinado a abranger 12 mercados. Mais de 67% do investimento será feito fora da Europa, com lugar a um reforço de verbas em todos os países - com exceção de Angola e Portugal -, assegurando uma maior extensão geográfica em cada um deles, com a presença em mais estados e em mais cidades dentro de cada estado. São sete as grandes feiras internacionais com presença assegurada pela ViniPortugal e 29 as provas previstas. O plano de promoção prevê ainda ações de formação, jantares com profissionais e visitas de escanções e importadores a Portugal.

Só aos EUA destina-se quase um quarto do investimento promocional, ao mesmo tempo que o investimento no Japão duplica. "Fizemos uma primeira experiência no Japão em 2014 e a adesão às provas que fizemos em Tóquio foi de tal forma positiva que decidimos, este ano, reforçar com provas em Osaka. E, por extensão, vamos fazer uma primeira intervenção na Coreia do Sul, porque se trata de um mercado de alto índice de desenvolvimento e bastante influenciado pelo mercado japonês", diz Jorge Monteiro. "Organizamos um circuito que começa a 5 de julho em Tóquio e termina a 14 de julho em Singapura, com passagem por Osaka e por Seul.

Há uma década, as nossas exportações estavam especializadas em dois tipos de mercados, os europeus e os de língua portuguesa. Precisamos de apostar noutros, de maior potencial, fora da nossa zona de conforto. Mercados com altos índices de desenvolvimento, preparados para produtos diferenciados e que, embora sejam difíceis de trabalhar, sabemos que os resultados acabarão por surgir."

 

 

Fonte: Dinheiro Vivo / Ilídia Pinto