Início\ Informação \ Notícias
O vinho do Alentejo reforça a imagem junto de quem o vende em terras brasileiras
Os escanções do país tropical vieram conhecer melhor as vinhas e as adegas alentejanas e nós damos-lhe a conhecer três grandes tintos da Herdade das Servas (Estremoz).

Nos tempos que correm, estar no negócio do vinho é ter de ter ideias para além de bom produto para vender. A concorrência é feroz, há mais países produtores a colocarem os seus produtos num mercado global a preços sempre cada vez mais concorrenciais. E nem todos os produtores têm a sorte de terem as suas vinhas em Bordéus ou na Borgonha e nem todos podem rotular os preços dos seus vinhos ao nível de um grande Chateau francês...

O vinho alentejano faz pela vida e procura tornar-se mais conhecido e apetecido em terras brasileiras. É por isso que a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) organiza, há três anos, um concurso em que participam escanções brasileiros provenientes de quatro cidades, em que três são diferentes todos os anos e a quarta é alternadamente o Rio de Janeiro e S. Paulo. Depois de prestarem provas os oito melhores vêm passar uma semana a Portugal e, no final, são novamente examinados. O vencedor é nomeado embaixador do vinho alentejano, por um ano. Este ano foi declarado vencedor Cláudio Moreira Alves, da cidade de Campinas.

Fazer promoção junto de quem pode influenciar o cliente nos restaurantes é uma boa política e parece que a CVRA está a colher frutos para os seus associados, já que as exportações de vinho alentejano para o Brasil cresceram 30% entre 2012 e 2015, passando de 2,3 para 3 milhões de litros.

No Alentejo, pouco mais de duas centenas e meia de produtores cultivam um total de 20 631 hectares de vinha que produzem quase 118 milhões de litros, segundo dados de 2014. É muito vinho, mas é curioso comparar a maior região portuguesa com a região de Bordéus, em França, a segunda maior área de cultivo de vinhos em todo o mundo, que tem 115 061 hectares, quase seis vezes maior do que o Alentejo, mas com nada mais, nada menos do que 13 mil viticultores (50 vezes mais) que produzem uma média de 525 milhões de litros. Isto é, enquanto no Alentejo a média por produtor é de 78,5 hectares de vinha, em Bordéus não chega aos 9 hectares e quanto a produções aos cerca de 5720 litros por hectare no Alentejo, em Bordéus temos apenas 4563 litros por hectare. O que é sobretudo diferente, e muito, é o preço médio, que no Alentejo é de 2,77€ por garrafa de DOC e em Bordéus sobe para o triplo ou mais. Sabendo-se que o vinho do Alentejo tem uma quota de mercado interno de 46,4%, é necessário arranjar outras maneiras de o escoar e obviamente a exportação é o caminho lógico.

Em 2014, 70% das exportações de vinho alentejano foram para fora da EU, com Angola e o Brasil à cabeça. Sabe-se que a economia em Angola atravessa uma certa crise e é aí que se torna interessante não descurar o crescimento de outros mercados.

Como estamos no Alentejo seguem-se as notas de prova de três vinhos alentejanos que a Herdade das Servas lançou antes do Natal, mas que têm ainda cheiro e sabor a novidade. São os três tintos e da colheita de 2013, mais concretamente dois Reserva monocasta e um blend de quatro castas portuguesas. São vinhos da herdade situada perto de Estremoz, onde os antepassados dos irmãos Luís e Carlos Serrano Mira já produzem vinho desde o século XVII. O Brasil é um dos seus destinos de exportação.

 

Fonte: Económico / António Mendes Nunes