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Coreia do Sul: uma das próximas apostas do vinho português
Com o consumo de vinho a crescer e optando a maioria das vezes por produtos importados, os sul-coreanos representam um mercado que os produtores portugueses não devem negligenciar.

A diversificação dos mercados de exportação dos vinhos portugueses é uma das linhas de desenvolvimento do sector, não só porque os mercados tradicionais estão assoberbados de concorrentes, mas também porque há países emergentes onde o consumo está a evoluir para padrões ocidentais que os países produtores não podem negligenciar.

A Coreia do Sul é um desses novos mercados e um estudo da Vini Portugal chama a atenção para a importância que o país pode vir a ter em termos da colocação dos vinhos nacionais. O estudo analisa a evolução do mercado entre 2004 e 2014, para conluir que "em 2014, Portugal era o 11º maior fornecedor em volume (quota de 0,1%) e o 12º em valor (quota de 0,2%), ocupando porém uma posição residual no mercado de importação sul-coreano".

Apesar de uma reduzida representatividade, "as importações de vinho português neste país registaram um crescimento acentuado face a 2004, apesar de em 2008 e 2009 ter existido um grande decréscimo entretanto recuperado. Em valor, as importações de vinho aumentaram quase 124 mil euros (+75%), estabelecendo-se em 2014 nos 289 mil euros, mas o volume praticamente não se alterou, fixando-se assim nas 5 mil caixas. Fruto disto, e tal como no valor, o preço médio aumentou 75%, crescendo dos 3,58€ para os 6,25 euros por litro".

Este dado é importante, como a Vini Portugal chama a atenção, porque a Coreia do Sul representa um mercado que assegura um elevado valor acrescentado - precisamente o que vai faltando nos mercados maduros, onde a concorrência se faz, de um modo geral, pelo preço.

O vinho engarrafado (sem Vinho do Porto), é responsável por 55% do total de importações de vinho português, e "assinalou um aumento de 188% no volume e 576% no valor, estabelecendo-se em 2014 nas 3,8 mil caixas no valor de 159 mil euros. O seu preço médio também aumentou bastante (+135%), crescendo dos 1,98€ para os 4,64€ por litro. Além disso, a sua representatividade nas importações de vinho português aumentou dos 14% para os 55%".

Em sentido inverso, as importações de Vinho do Porto, "que em 2014 representavam 39% do total de importações portuguesas (quando em 2004 representavam 73%), registaram uma queda do volume (-46%) e do valor (-8%), tendo apenas o preço médio aumentado 71% para os 11,67€ por litro".

O estudo da Vini Portugal - que dá importantes referências no que diz respeito aos mecanismos de exportação e aos factores que condicionam a entrada de vinhos no país (nomeadamente em termos fiscais e de empresas importadoras) - chama a atenção para a importância que o mercado da Coreia do Sul pode vir a ter no conjunto dos países que recebem vinhos nacionais.

Até porque os coreanos, ao contrário do que se poderia supor, já descobriram as vantagens desse mundo de sensações: "o consumo de vinho no país mais do que duplicou na última década. Desde 2004, o consumo agregado de vinho cresceu 131%. Cerca de 80% do vinho consumido tem como origem os países estrangeiros".

 

Fonte: Económico /  António Freitas de Sousa