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Vinho Verde bate recorde nas exportações
Com vendas de 48,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, a região espera encerrar o ano com um crescimento da ordem dos 10%

As exportações de Vinho Verde continuam a crescer e deverão bater novo máximo histórico. Até setembro a região exportou 20,9 milhões de litros de vinho, no valor de 48,4 milhões de euros, um aumento de 8% face a igual período do ano passado.   As expectativas apontam que o ano encerre com um crescimento em torno dos 10% e vendas para 110 mercados.

Um balanço que Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), classifica de "muito positivo".  

Os Estados Unidos continuam a ser o maior mercado externo de Vinho Verde, com 4,744 milhões de litros importados no valor de 12,1 milhões de euros, um crescimento homólogo de 5,9%, seguidos da Alemanha, que comprou 5,6 milhões de litros por 10,8 milhões de euros, um aumento de 25% face aos 8,6 milhões de euros dos primeiros nove meses de 2015. Suécia, Noruega, França e Reino Unido e Brasil são outros países com performances positivas.    

Para 2017, e com um plano de promoção nos mercados externos orçado em cerca de três milhões de euros, a CVRVV vai manter as apostas tradicionais, como os Estados Unidos, o Brasil e Alemanha, mercados considerados "estruturais", mas tem duas novas ações na calha: além do reforço no mercado japonês, que "está a responder muito bem" e vale já quase 700 mil euros por ano, mostrando apetência crescente por "Vinhos Verdes de qualidade e de preço mais elevado", os Verdes vão investir, pela primeira vez, na presença na Rússia, um "mercado pequeno, mas de grande potencial", diz Manuel Pinheiro.

Refira-se que as exportações do setor para a Rússia mais do que duplicaram este ano, valendo quase 87 mil euros. Mais do que crescer em volume, o objetivo dos ‘Verdes' é crescer em valor até porque, sublinha Manuel Pinheiro, "a região chega, todos os anos, à vindima com os stocks esgotados". Previstas estão visitas de 150 importadores à região em 2017, para ajudar à promoção externa da denominação de origem e das suas castas, bem como de uma ação de promoção com a rede de supermercados Pão de Açúcar, no Brasil, na altura da Páscoa.

Quanto ao mercado nacional, as vendas mantêm-se "consolidadas" em termos de quantidade, mas têm "crescido ao termos de preço médio", o Vinho Verde assume-se como "a segunda maior região", com uma quota de mercado de 17%. "Estamos muito bem suportados no turismo", diz Manuel Pinheiro, que desvaloriza a falta de dinamismo do mercado interno. "Não vemos com muita preocupação este estagnar do mercado nacional porque estamos a crescer em muitos mercados externos, o que significa que estamos a repartir riscos o que é muito positivo. O Vinho Verde é hoje um exportador mundial", frisa.

De qualquer forma, a CVRVV tem uma série de ações planeadas em 2017 para impulsionar o consumo interno, designadamente através da criação da marca #vinhoverdewinelover. "Este é um projeto que nos entusiasma. Queremos abrir o consumo do Vinho Verde a um público mais jovem, garantido, claro, uma certa renovação. E como vamos fazê-lo? Organizando uma série de ações diversificadas, desde cursos de provas de Vinho Verde e gastronomia, passando pela articulação do Vinho Verde com os festivais de verão, ou pela organização de passeios na própria região. Tudo iniciativas sempre muito centradas na prova", explica.        

 

Fonte: Dinheiro Vivo / Ilídia Pinto