Trata-se da maior colecção destes pequenos objectos associados à degustação do elixir dos deuses que o empresário Adolfo Roque foi reunindo ao longo de décadas, e que a família, após o seu falecimento em 2008, decidiu doar àquele espaço museológico.
A importância desta colecção, com alguns exemplares arrebatados por montantes elevados em mediáticos leilões londrinos, como os da Christie's, tornaram Adolfo Roque num dos 50 privilegiados de vários cantos do mundo a integrar o clube de fanáticos dos saca-rolhas I.C.C.A. - International Correspondence of Corkscrew Addicts.
«É um património de grande valor, porque além de ser a colecção de saca-rolhas mais numerosa e mais importante em Portugal, ela também é considerada uma das 50 mais prestigiadas no mundo. Representa o espírito de coleccionador que foi a figura de Adolfo Roque, um grande industrial e um filantropo», declarou à agência Lusa o director do Museu do Vinho.
Segundo Pedro Dias, uma grande parte destes objectos são modelos patenteados do século XIX, que representam também a «evolução da técnica no período da revolução industrial», com exemplares das mais variadas partes do mundo, mas em particular da Inglaterra, França e Alemanha.
As formas, os materiais utilizados e os elementos acoplados tornam esta colecção numa descoberta quase inesgotável a quem procurara reter as suas singularidades.
A prata, o marfim, a madeira e outros materiais menos nobres ajudaram a materializar a imaginação nestes saca-rolhas, que tanto se desvendam do interior de chaves de portas, como se exibem em falos de figuras humanas.
São também aves, sereias, peixes, guerreiros medievais, barris, cavalos, cornos de animal, pincel de barba, palhaço, soldado, polícia, cabine telefónica, ou elegantes miniaturas que as damas parisienses usavam para desarrolhar frascos de perfumes.
«Representa uma paixão, uma vida, e um registo histórico do que é a evolução e a historia dos vinhos em todo o mundo. O valor que ela tem, apesar de ser a mais numerosa, não é pelo número, mas sim pela raridade e pelos modelos de patente que estão expostos», sublinha Pedro Dias.
Em entrevista a uma revista de economia, publicada pouco antes de falecer, em 2008, o fundador da cerâmica Revigrés, Adolfo Roque, conta que essa paixão pelos saca-rolhas surgiu quase por acaso.
«Um dia numa viagem, comprei um saca-rolhas, e fiquei desperto para os procurar. Quando já tinha 7 ou 8, apercebi-me de que também havia antigos. Comprei muito na Christie's, em Portobello, Londres, mas hoje praticamente já não há nada que eu não tenha. Tenho de bronze, de pedra, com ouro e prata, oriundos de todos os cantos do mundo», revelara, então.
Fonte: Lusa / SOL
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