O plano de estudo mencionado em título tira benefício do conhecimento adquirido no quadro das funções que desempenhámos ao longo de 27 anos no Instituto da Vinha e do Vinho (1973-2000) e que nos conduziram a um estreito contacto com a totalidade do património detido por esta instituição e pelas instituições precedentes (Federação dos vinicultores do Centro e Sul de Portugal e Junta Nacional do Vinho), com particular destaque para o Museu [Nacional] do Vinho, situado em Alcobaça.
Adoptando como ponto de partida tanto a informação factual reunida junto dos diferentes sectores funcionais do Museu do Vinho de Alcobaça como uma sistemática compilação da documentação a ele referida (que contou com a colaboração dos profissionais adstritos ao Museu durante as últimas décadas), este estudo tomou a forma de uma dissertação de mestrado.
Atendendo ao reduzido número de iniciativas nacionais podendo então servir de "modelo" a uma reflexão inovadora sobre o devir deste Museu, foi delineado e materializado (2000-02) um programa de visitas a um conjunto de museus implantados em regiões vitivinícolas de Espanha, França (país de referência no que toca à produção e à museologia da vinha e do vinho) e em duas áreas fronteiriças de França: o norte de Itália e a Suíça.
Inseridos posteriormente num processo de actualização e de progressiva conversão num corpo de sugestões de ordem programática visando os principais sectores funcionais deste Museu, os dados recolhidos a partir de uma "grelha de inquirição" elaborada sob orientação inicial e apta a agregar paralelamente as informações amavelmente fornecidas pelos responsáveis quer dos diferentes museus criados entretanto em solo nacional, quer das iniciativas museológicas estrageiras seleccionadas.
Tendo como ponto de partida o propósito de consagrar a elaboração do manuscrito ao aprofundamento da análise e da proposta sobre o Museu do Vinho de Alcobaça, esta primeira fase tomou em linha de conta, por um lado, tanto a riqueza e a heterogeneidade do espólio do Museu como os imperativos funcionais específicos delas decorrentes e, por outro lado, a necessidade de confrontar a situação do Museu com experiências museológicas amadurecidas em regiões de forte tradição vinícola ou vitivinícola, susceptíveis de contribuir para a consolidação e a actualização da reflexão empreendida. Dois momentos distintos mas complementares pontuaram a primeira fase do ensaio em curso:
Um quadro de apresentação dos dados, numa perspectiva "micro-comparativa", foi assim delineado com base numa "grelha" de análise adaptada às unidades vitivinícolas e constituída a partir dos vectores seleccionados quer para a caracterização e a tipologia das diferentes unidades museológicas, quer para a sua programação e gestão. O instrumento de análise elaborado em conformidade com essa primeira delimitação conceptual - e que tirou complementarmente proveito dos diferentes saberes, teóricos e técnicos, constitutivos do corpo disciplinar dispensado durante o nosso período de escolaridade - teve como prioridade a síntese final de informações e de sugestões relativas ao Museu do Vinho de Alcobaça;
A selecção dos museus retidos como referência equiparadas, no estrangeiro, foi efectuada a partir de consultas de revistas e de livros ligados ao tema, assim como a partir da exploração de informações actuais comunicadas directamente pelos nossos orientadores, ou captadas no decurso de encontros internacionais, ou fornecidas por colegas familiarizados com esta temática. Associaram-se assim à partida museus considerados exemplares, citados desde há muito em publicações da especialidade e museus recentes conhecidos por inovações introduzidas em diferentes domínios. Integram-se no primeiro grupo o Museu do Vinho da Borgonha, na Beaune (a que associámos, embora muito brevemente, a Casa-Mãe dos monges vinhateiros de Cister - a Abadia de NotreDame de Cîteau), o Museu do Vinho de Champagne, em Epernay, concebidos por Georges Henri Rivière e o Museu do Vinho de VilafrancadelPenedés, Barcelona, primeiro museu criado em Espanha. No segundo grupo integram-se o Museu da Vinha e do Vinho de Franche-Comté, Arbois, França (ao qual ao associámos a Casa-Museu de Louis Pasteur), o Museu Provincial do Vinho de Peñafiel, Valladolid, Espanha e, mais recentemente, o Museu Etnográfico e do Vinho e o Museu das Rotas dos Vinhos, ambos situados em Cambados, Pontevedra, também em Espanha.
Para além dos apontamentos fronteiriços transalpinos (suíços e italianos) que quisemos tomar em consideração, embora subsidiariamente, pelo seu modo de inscrição nos territórios e nas comunidades envolventes, em 2008/2009, actualizámos as visitas efectuadas precedentemente a experiências museológicas vinícolas ou vitivinícolas e completámos o périplo comuma visita à região Bordéus, cuja evolução se tornava indispensável tomar em consideração para se poder elucidar judiciosamente as actuais vias de afirmação das experiências vitivinícolas e museológicas nela existentes. Nessa incursão, para além de uma visita ao departamento de vitivinicultura do Museu da Aquitânia, igualmente visitámos mais três unidades museológicas em contexto diferenciado relativamente às suas colecções: o sector vitivinícola do Liceu dos Graves, situado em Gradignan; o Ecomuseu do Libounais, situado em Montagne, na região de Libourne-Saint Émilion; o Museu das Artes e Ofícios da Vinha e do Vinho - Château Maucaillou, situado em Moulis-en-Médoc.
Embora de teor fortemente informativo, o périplo realizado foi concebido como um importante contacto, direccionado para a obtenção de respostas precisas a questões equacionadas com o apoio do já referido instrumento de "inquirição", afinado durante e após essas digressões e com vista a apresentar algumas sugestões, nos planos da programação e da gestão, decorrentes da análise atenta das situações observadas noutros contextos e do conhecimento adquirido junto do Museu do Vinho de Alcobaça.
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