A vinha e o vinho constituem um património cultural e económico que representa para nós, Portugueses, tal como para a generalidade das civilizações mediterrânicas, um dos traços fundamentais da nossa identidade cultural, como povo e como nação, que importa preservar e valorizar para transmitir às gerações futuras, enquanto elemento diferenciador e identificador da nossa cultura
Nos meados do século XVI, Lisboa era o maior centro de consumo e distribuição de vinho do império. De facto, com os descobrimentos e a expansão marítima portuguesa, nos sécs. XV e XVI, os vinhos partiram nas naus e caravelas que comercializavam os produtos trazidos do Brasil e do Oriente, servindo de lastro e alimentando as armadas, tendo chegado a terras longínquas, após longas viagens que lhes produziam alterações profundas, melhorando-o substancialmente.
E este "envelhecimento suave", proporcionado pelo calor dos porões ao passarem, pelo menos duas vezes, o Equador e pela permanência do vinho nos tonéis, dotou aqueles vinhos de características ímpares, o que permitiu que pudessem ser vendidos a preços verdadeiramente fabulosos.
O vinho de "roda" ou de "torna viagem" veio assim facultar o conhecimento empírico de um certo tipo de envelhecimento, cujas técnicas científicas se viriam a desenvolver posteriormente.
Nos sécs. XVII e XVIII, a intensificação das trocas internacionais e o estabelecimento de importantes acordos comerciais aliados ao prestígio dos vinhos portugueses, originaram um incremento enorme no consumo e nas exportações de vinho e no desenvolvimento de várias regiões vitivinícolas.
Mas o século XIX veio a revelar-se negro para a vitivinicultura, visto que a praga da filoxera, inicialmente verificada na região do Douro em 1865, rapidamente se espalhou por todo o país, devastando a maior parte das nossas regiões vinícolas.
Não obstante, foi em 1907/1908 que se iniciou o processo de regulamentação oficial de várias denominações de origem, definindo não só os "vinhos generosos de tipo regional privativo" reconhecidos pela tradição com as designações usuais de "Porto", "Madeira", "Carcavelos" e "Moscatel de Setúbal", como os então designados por "vinhos de pasto de tipo regional", identificados como de "Colares", "Bucelas", "Dão", "Bairrada", "Borba", "Torres", "Cartaxo", "Alcobaça", "Douro" (virgens), "Minho" (Vinhos Verdes), "Amarante", "Basto", "Monção" e "Fuzeta".
Hoje em dia, algumas destas denominações são reconhecidas mundialmente enquanto que outras são sub-regiões ou já se encontram extintas.
Mas o reforço de uma política de qualidade dos vinhos portugueses permitiu o reconhecimento e proteção de 29 Denominações de Origem e 11 Indicações Geográficas que serão integradas num registo comunitário, na sequência da harmonização daquelas designações: vinhos com denominação de origem protegida e vinhos com indicação geográfica protegida.
De uma forma geral, há muitos que consideram como principal característica da vitivinicultura portuguesa, a diversidade sendo que essa diversidade é essencialmente devida aos três fatores: clima, solos e variedades de videira
De facto, para além dos contrastes climáticos e das diferenças na morfologia dos solos, a enorme diversidade de variedades de videira nacionais, e em concreto as mais adequadas a cada uma das regiões e aos solos, contribuem para uma combinação de vinhos com aromas e sabores de características únicas.
Por outro lado, o grande avanço tecnológico que se tem vindo a registar, levam ao bom equilíbrio entre a "cultura da vinha" e a "arte de fazer vinho", de tradição milenar, o que tem permitido a produção de tantos e tão diferentes vinhos de qualidade, que num mercado tão globalizado e praticamente estandardizado, de vinhos de perfis similares, levam à produção de vinhos diferentes e de alta qualidade que se destacam pela diferença nas diferentes combinações de variedades nacionais.
Conheça algumas das excelentes castas portuguesas que se destacam devido à sua elevada qualidade e adaptação local à produção de vinhos, e que em função do solo e clima e das práticas culturais, podem originar vinhos completamente distintos, embora possuam alguns componentes aromáticos que persistem independentemente desses fatores, como por exemplo: Alfrocheiro, Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Aragonês, Castelão, Encruzado, Touriga Nacional.... ...
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